NEWARK: Finalistas de 1967 do Liceu ‘East Side’ vão entregar donativo a clube de língua portuguesa
Por HENRIQUE MANO | News Editor
O Clube de Língua Portuguesa do Liceu East Side, e respectiva revista literária, denominado ‘Os Académicos’, vai receber um donativo em representação dos alunos que graduaram no ano de 1967 – há mais de meio século, grande parte deles portugueses. O donativo em dinheiro, que poderá chegar e ultrapassar os 3 mil dólares, será feito em memória de Isabel Lobato Duarte, fundadora precisamente de ‘Os Académicos’ e falecida em 2017.
“Trata-se de um gesto que demonstra precisamente o nosso profundo agradecimento e reconhecimento” a Duarte, ela própria aluna finalista em 1967, adianta um comunicado do Liceu ‘East Side’ enviado à redacção do jornal LUSO-AMERICANO.
Os fundos vão, diz a mesma fonte, ser utilizados em actividades de enriquecimento cultural para os alunos que fazem parte dos clube de língua portuguesa, tais como visitas de estudo a locais de interesse histórico onde esteja evidente a importância de se ser bilíngue e abraçar mais que uma cultura.
O donativo será entregue dia 29 de Abril, sexta-feira, numa cerimónia a ter lugar nas instalações do ‘East Side’, onde os finalistas de 1967 serão representados pelos ex-alunos Antoinette DiPiazza e Manny Rosa.
Ao donativo original de $1,100 dólares (que resulta de fundos angariados num evento em que os finalistas de 1967 se reencontraram para assinalar o 50.º aniversário da sua graduação) será acrescentada uma soma doada por Manny Rosa e sua esposa Maureen, que deverá elevar o total da oferta até aos 3 mil dólares – a reverter para a mesma causa.
“Fui coordenador do nosso encontro dos 50 anos de graduação, em 2017, no restaurante ‘Ibéria’, e os fundos resultam de um livro comemorativo que à época elaborámos”, afirma Manny Rosa, 73, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO. “Temos todos um grande carinho pelo Liceu ‘East Side’ e esta é uma causa que nos é muito querida.”
O conhecido empresário de New Jersey, que actua no ramo da imobiliária, diz mesmo que os quatro anos que passou naquela escola secundária, de 1963 a 67, “foram os melhores da minha vida, já para não falar no facto de que 1967 foi um marco importante para a juventude de então, com as revoltas em, Newark provocadas por atritos de natureza racial – vi a cidade a arder – e a Guerra dos 7 Dias, no Médio Oriente, que também me ficou na memória.”
Manny Rosa recorda-se que o ciclo dos quatro anos arrancara com 600 alunos, “mas só 371 chegaram ao fim com o diploma na mão. Creio que, entre portugueses e alguns brasileiros, constituíamos uns 10% dos finalistas de 1967.”
Com a leva de emigração em massa vinda de Portugal nas décadas seguintes, o ‘East Side’ chegaria a ter 50% de alunos portugueses, nota Manny Rosa. “Chegámos a ter 35 mil portugueses em Newark”, lembra.
Rosa espera que o donativo possa servir para criar oportunidades de enriquecimento cultural aos melhores alunos do clube ‘Os Académicos’. “É, no fundo, uma forma de retribuirmos à comunidade tudo o que dela conseguimos, investindo ao mesmo tempo na formação dos cidadãos do futuro.”
Manny Rosa nasceu em Boticas, Trás-os-Montes, em 1955, no seio de uma família que chegou a contar 11 filhos. Na América agarrou as oportunidades que se lhe foram aparecendo pelo caminho e, hoje, a Rosa Agency prolifera em Newark, Kearny, Belleville, Hillside, Union e Elizabeth, onde é uma referência do sector.
Quanto ao próximo encontro de finalistas de 1967, aponta lá mais para 2023.
