NEWARK: Trabalhadores aeroportuários em protesto pela subida do ordenado mínimo

Com os aeroportos cada vez mais movimentados, as companhias aéreas lucram cada vez mais, assim como os seus executivos. No entanto, muitos dos seus trabalhadores não chegam a ganhar sequer $25 à hora.

Na semana passada foram centenas os trabalhadores dos aeroportos Newark Liberty International e John F. Kennedy, que se manifestaram a favor de uma subida justa dos seus ordenados, já que muitos dos contratos destes se encontram perto de expirar.

Desde o mês passado que estes mesmos trabalhadores tem lutado por outras imposições como standarts igualitários entre os aeroportos de Newark, JFK e LaGuardia, no que diz respeito a férias, feriados e saúde.

Os seus esforços alcançaram um novo patamar com o anúncio do apoio da primeira-dama de New Jersey, Tammy Murphy, e o ex-presidente de New Jersey no Senado, Steve Sweeney.

“Os nossos irmãos e irmãs que trabalham precisam de um ordenado que os permita pagar as suas despesas, colocar comida nas suas mesas e poupar dinheiro para qualquer imprevisto”, disse Murphy.

“Todos – não só aqueles nos quadros mais altos – deviam ser capazes de beneficiar do sucesso, por isso tenho orgulho de juntar a minha voz a este coro hoje e dizer que os trabalhadores aeroportuários merecem um aumento”, adicionou.

Sweeney concordou, dizendo ainda que a Port Authority necessita de abrir caminho para a subida, seguros de saúde adequados e acessíveis, e férias pagas, de forma igualitária, para os trabalhadores dos três aeroportos.

Há mais de cinco anos atrás, a empresa Port Authority de Nova Iorque e Nova Jérsia, subiu pela última vez o ordenado mínimo dos seus empregados para $19/h, tornando-se o mais alto da nação naquele tempo. Actualmente, com o aumento abrupto das despesas relacionadas com a habitação, é necessário um novo aumento, segundo os líder sindicais.

Esta empresa é responsável por governar os três maiores aeroportos das redondezas.

Em 2018, quando deu luz verde ao plano que previa o aumento para $19 até ao ano de 2023, declarou que esta medida, que atingiu trabalhadores nas áreas da segurança, bagagens, terminais, limpeza e transporte de pessoas com dificuldades motoras; também beneficiaria os viajantes, já que teriam ao seu dispor staff mais competente e empenhado, pois estavam satisfeitos com as condições oferecidas pelo empregador.

A realidade é que actualmente isto já não se aplica, sendo então necessário a empresa tomar medidas adequadas.

Esta luta também já captou a atenção de outros sindicatos locais, como o Unite Here Local 100.

A sua tesoureira-secretária, Sussie Lozada, pronunciou-se defendendo que não é possível oferecer aos viajantes uma “experiência de alta qualidade no ar sem os serviços prestados pelos funcionários que estão em terra”.

“Os nosso funcionários merecem um ordenado justo e benefícios porque ninguém deve trabalhar na pobreza”, explicou.

Muitos questionam-se até quando vai ser possível sobreviver com apenas $19/h em pleno 2024, já que dividem o seu ordenado por inúmeras despesas como a “renda, empréstimos estudantis, comida, prestação do carro, telemóvel”, vivendo já longe dos seus locais trabalho, onde supostamente, devia ser já mais barato.