NO MÊS DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS, A HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO DE UMA LUSO-AMERICANA
Por HENRIQUE MANO | News Editor
Aos 27 anos, Sónia Cunha Carlen fez a descoberta que iria mudar a sua vida para sempre…
Ao inscrever-se pela primeira vez para participar numa corrida de 5 milhas, ao começar os treinos de preparação, percebeu que não conseguia correr mais de 30 segundos sem ficar sem ar. “Depois de vários testes e visitas a diferentes especialistas, fui diagnosticada com uma doença pulmonar rara”, conta Sónia Carlen, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Os médicos disseram-me que era uma doença terminal, que causara cicatrizes e líquidos, bem como o colapso dois meus pulmões.”
Hoje, uma década depois, a luso-americana reconhece que “foi muito difícil receber esta notícia aos 27 anos de idade. Sempre fui saudável e nunca fumei, mas tinha uma expectativa de vida de 3 a 5 anos.”
A sua saúde depressa se deteriorou. Um ano depois, já estava a receber oxigénio 24 horas por dia, 7 dias por semana. “Tinha que fazer tudo com oxigénio”, diz, “desde tomar banho, a dormir, sair para jantar com os meus amigos, tudo era uma luta. Os meus pulmões continuaram a entrar em colapso lento, estavam muito fracos e a 19% de capacidade. Nessa altura, a minha única chance de sobrevivência era inscrever-me na lista de doação de órgãos para receber dois pulmões. Enquanto esperava, mantive-me positiva, com o apoio da minha família e através da minha fé em Deus.”
Depressa as suas “orações” seriam respondidas, ao receber uma chamada do New York Presbyterian Hospital, em Abril de 2017, “a dizer que havia uma dadora. Agora, 5 anos depois, sinto-me como uma pessoa normal, novamente, e a minha qualidade de vida melhorou significativamente. Até completei aquela corrida de 5 milhas!”
Ter conhecido a família da sua dadora, considera, “foi a segunda parte do milagre que me sucedeu. Tenho uma óptima relação com eles. A minha dadora era uma estudante que tinha 20 anos, chamada Caitlin. Agora, ela é o meu anjo – por causa de sua altruísmo, estou viva.”
A Carla Cunha Carlen é filha dos emigrantes portugueses Fernando e Maria do Céu Cunha, que vieram para a América há 37 anos; o pai é de Estarreja, a mãe da Murtosa. Apesar de ter crescido entre Newark e North Arlington, hoje vive em Brick, NJ, com o marido Tim.
O mês de Abril, lembra, “é de consciencialização para a doação de órgãos – ‘Donate Life Month’. Por favor considere dar o presente da vida registando-se para ser doador de órgãos. Poderá salvar a vida de alguém, assim como a Caitlin salvou a minha. A minha doadora também doou o coração, dois rins, o fígado e o pâncreas.”
Para se registar como dador de órgãos, poderá fazê-lo através do seu iPhone desgarrando o aplicativo Health ou acessando RegisterMe.org.
Para mais informações, vá a: www.njsharingnetwork.org