NOVA IORQUE | Amália “regressa” ao Carnegie Hall em justa homenagem à diva do fado

Por HENRIQUE MANO | Nova Iorque

No dia 11 de Outubro, a mítica sala do Carnegie Hall, em Nova Iorque, voltou a ecoar com a alma do fado. “Amália in America – Beyond Fado” não foi apenas um concerto: foi uma sentida homenagem à mulher que deu voz à alma portuguesa e que levou o fado aos palcos mais prestigiados do mundo — Amália Rodrigues.

Figura maior da música portuguesa e embaixadora cultural além-fronteiras, Amália encantou plateias do Olympia em Paris ao Tokyo’s Sankei Hall, passando, claro, pelo próprio Carnegie Hall. Décadas depois, a sua presença voltou a fazer-se sentir naquele palco lendário, agora pela voz emocionada de três dos mais aclamados fadistas da actualidade: Cristina Branco, Raquel Tavares e Ricardo Ribeiro, acompanhados pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, sob direcção do maestro Jan Wierzba (todos em estreia naquele espaço da 57.ª Rua de Manhattan).

O programa do concerto ultrapassou os limites do fado, tal como Amália fez em vida. Foram revisitadas canções da Broadway que a artista portuguesa ousou gravar, assim como temas do cancioneiro tradicional português, numa viagem musical que celebrou a versatilidade e ousadia da sua carreira internacional.

A sala encheu-se não só de música, mas de emoção. Estiveram presentes figuras ilustres da comunidade luso-americana — de Nova Iorque a Rhode Island, de New Jersey a Massachusetts — bem como o presidente da FLAD, Nuno Morais Sarmento, o embaixador de Portugal nos EUA, Francisco Duarte Lopes, e a cônsul-geral Luísa Pais Lowe, para além do ‘mayor’ Paulo Pereira (Mineola), vereador-geral Manny Grova, Jr. (Elizabeth) e vereador António Cabral (New Bedford).

Mas talvez o momento mais marcante tenha sido o reflexo do que é Amália para quem a canta: os próprios artistas, visivelmente comovidos, reconheceram a honra e a responsabilidade de darem voz à diva do fado naquele mesmo palco onde, em tempos, a sua presença fez história.