NOVA IORQUE | Chefe da diplomacia portuguesa envia mensagem de congratulações à juíza Maria Araújo Kahn
Por HENRIQUE MANO | Nova Iorque
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, enviou uma missiva de “felicitações” à juíza Maria Araújo Kahn, que subiu este ano ao 2.º Tribunal de Apelos dos Estados Unidos (a última instância antes do Supremo Tribunal) – por indicação do Presidente Joe Biden.
“Gostaria de lhe expressar o quanto Portugal se congratula pela sua nomeação”, escreve Cravinho na carta a que o jornal LUDSO-AMERICANO teve acesso. “É não só motivo de grande orgulho para o nosso país como fonte de inspiração para a diáspora ter uma compatriota na mais elevada posição alguma vez outorgada a uma luso-americana no sistema judicial dos Estados Unidos.”
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A cônsul-geral Luísa Pais Lowe foi portadora da mensagem do ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, entregue à juíza Maria Araújo Kahn no “Thurgood Marshall U.S. Courthouse” em Manhattan
Na 2.ª feira, 26 de Junho, a missiva foi entregue a Maria Araújo Kahn no edifício do tribunal na baixa de Manhattan, a que a juíza está afecta; foi portadora da mesma a cônsul-geral de Portugal em Nova Iorque, Luísa Pais Lowe, que efectuou a entrega do documento original (apesar de a juíza Kahn ter recebido a mensagem no dia da sua confirmação pelo senado federal).
“Animado da perspectiva de poder cumprimentá-la pessoalmente, desejo nesta ocasião expressar-lhe as mais sinceras saudações institucionais, mas também pessoais”, acrescenta o chefe da diplomacia portuguesa.
A portuguesa Maria Araújo Kahn, de 58 anos, viu dia 9 de Março aprovada perante o senado federal a sua nomeação para um assento no 2.º Tribunal de Apelos dos Estados Unidos.
O denominado em inglês “Second Circuit Court of Appeals” funciona na baixa de Manhattan no “Thurgood Marshall U.S. Courthouse” e tem jurisdição sobre seis distritos nos estados de Connecticut, Nova Iorque e Vermont.
O 2.º Tribunal de Apelos foi criado pela Câmara dos Representantes em 1891 e inclui actualmente 13 juízes.
Maria José Violante Dias Araújo Kahn nasceu na cidade de Benguela, em Angola, filha de pais portugueses: a mãe, Teresa Araújo, é natural do Porto, no norte do país, e o pai, Manuel Araújo, é de Vil de Souto, uma freguesia portuguesa do concelho de Viseu. Tinha dez anos de idade quando a família emigrou para os Estados Unidos da América, numa primeira fase para Waterbury, no estado de Connecticut. Mais tarde, os Araújo mudar-se-iam para a cidade de Filadélfia, na Pensilvânia, onde a hoje juíza faria a escola secundária.
A sua formação académica superior inclui um bacharelado em Ciências Políticas pela New York University, em 1986, e o doutoramento em Direito pela Fordham University, três anos depois.
Ex-procuradora federal e defensora pública, a carreira de juíza de Maria Araujo Kahn inicia em 2006 com uma nomeação para o Tribunal Superior de Connecticut pela então governadora republicana M. Jodi Rell; seria duas vezes promovida, no ano seguinte, por outro governador entretanto eleito, Dannel P. Malloy – para o Tribunal de Apelos e depois para o Supremo Tribunal, e sempre confirmada pela Assembleia Legislativa de Connecticut.
A juíza é casada com o médico Benjamin Kahn e tem ainda um irmão, Rui Araújo, que fez carreira ligada ao ensino.