NOVA IORQUE: Permanências na área consular chegaram a mais de meio milhar de utentes – entre Maio e Dezembro deste ano

Por HENRIQUE MANO | News Editor

Depois da (re)implementação das chamadas visitas consulares na zona de Nova Iorque/Connecticut, após a diplomata Luísa Pais Lowe ter assumido a chefia do respectivo Consulado-Geral, mais de meio milhar de utentes puderam ser atendidos tanto em instalações de consulados honorários (nos casos de Naugatuck e Porto Rico), como em agremiações luso-americanas que se associaram como parceiros à iniciativa. O número de utentes refere-se a um período de 8 meses, entre Maio e Dezembro deste ano.

A informação foi avançada em primeira mão ao jornal LUSO-AMERICANO pela cônsul-geral Luísa Pais Lowe.

No já citado período de tempo, a equipa do Consulado-Geral de Portugal em Nova Iorque efetuou 16 permanências consulares em 7 locais distintos (Waterbury/Naugatuck, Tarrytown, Mineola, Yonkers, Farmingville, Mount Vernon e Porto Rico), o que resultou  em perto de 6 centenas de actos consulares postos em prática.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A cônsul-geral Luísa Pais Lowe faz um balanço positivo dos seus primeiros seis meses no cargo

 “Ou seja, mais de 5 centenas de utentes não tiveram de deslocar-se à sede do Consulado-Geral em Manhattan, tendo sido sempre dada primazia ao atendimento dos cidadãos pertencentes aos grupos prioritários – idosos, famílias com crianças, pessoas com dificuldades sociais ou problemas de saúde, pessoas cujas profissões e horários de trabalho não lhes permitem ir a Manhattan, desde médicos e enfermeiros a condutores de autocarros escolares”, acrescenta aquela diplomata.

Ainda de acordo com Luísa Pais Lowe, “a oferta de serviços consulares descentralizados a centenas de portugueses e luso-descendentes quer no estado de Connecticut e no território de Porto Rico, com a colaboração dos correspondentes Consulados Honorários, quer na área metropolitana de Nova Iorque, em colaboração com a NYPALC e os clubes portugueses, procura dar resposta ao interesse manifestado pelos utentes, em particular os que percepcionam maior dificuldade no acesso ao posto consular situado em Manhattan.”

A cônsul-geral garante que “o intuito do Consulado-Geral em Nova Iorque é de prosseguir as Permanências Consulares em 2023 e alargá-las a outros clubes, numa óptica de inclusividade, mas sempre em função da evolução da capacidade logística e de recursos humanos do posto consular.”

Ao fazer um balanço dos seus primeiros meses em funções, Pais Lowe reconhece que “o pólo principal de acção em Nova Iorque tem de ser sempre a valorização do perfil estratégico do Consulado-Geral numa cidade como esta, seja no domínio do serviço consular, quer nas áreas económica e empresarial, na promoção da língua e cultura portuguesas, o acolhimento de visitas de alto nível. Temos sempre esse perfil estratégico que faz parte do nosso ADN.”

A preocupação da actual gestão consular nova-iorquina tem sido o foco “na dimensão dos serviços consulares e na forma de os melhorar e tornar eficazes”, definindo “uma tríade de prioridades: serviço e informação à comunidade. E, nestes 6 meses, ao investir fortemente nestes três prioridades, descobri que elas estão muito estreitamente interligadas”, observa Luísa Pais Lowe.

Fundamental para a implementação destas e outras medidas, foi a contratação de dois novos técnicos, “que estão em velocidade cruzeiro”, contribuindo para a equipa de 6 agora operacional.

A cônsul-geral lembra ainda o facto de ter deixado de ser necessária a marcação para se levantar cartões de cidadão e passaporte e que diversos serviços se encontram agora disponíveis online.

O verdadeiro “game-changer” no modus operando do Consulado-Geral de Portugal em Nova Iorque é marcado mesmo “pelo início das visitas consulares aos clubes portugueses, o exemplo prático de como se pode conjugar os serviços consulares com a prestação de informação.”

A permanência consular inclui a deslocação de uma equipa com dois técnicos e a própria cônsul-geral, munidos por um quiosque móvel que recolhe os dados biométricos e as informações dos utentes “que é encriptada na plena segurança dos dados pessoais. Fazemos estes serviços”, nota, “na medida das capacidades que temos de recursos humanos e logísticos e temos apenas um quiosque, gostaria de ter mais.”

A chefe de Missão Diplomática pretende ainda melhorar o sistema informático consular, “com máquinas e sistemas operativos novos porque quanto mais rápido forem, mais depressa se atendem as pessoas e mais pessoas se podem atender.”

Luísa Pais Lowe garante ainda “estarmos neste momento a responder a todos os emails num prazo de 72 horas, o que eu acho bom se tivermos em conta que recebemos largas dezenas por dia – é um rácio muito bom, que é o que vigora no serviço público português.”

Em Connecticut, cuja área de jurisdição está integrada em Nova Iorque, “temos também um excelente cônsul honorário e uma equipa muito competente e dedicada.”

Em Nova Iorque, as equipas consulares das permanências podem integrar – para além, da cônsul-geral, “ou a chanceler interina Teresa Santos Costa, rodando em grupos de dois, os técnicos Hugo Santarém, José Carlos Pinheiro, Maria da Conceição Fortes e Miguel Vilar. Acompanha-os frequentemente, em Nova Iorque, o adjunto da coordenação do ensino de português nos EUA, José Carlos Adão, para reuniões com directores, professores e estudantes das escolas portuguesas que funcionam junto dos clubes.”

Durante a realização das visitas consulares, explica a cônsul-geral, “o Consulado-Geral em Nova Iorque continua a funcionar normalmente e a atender e apoiar utentes, consubstanciando-se na prática, nesses dias, um serviço redobrado.”

Diz, a terminar, Luísa Pais Lowe: “Das coisas mais gratificantes que tenho feito desde que cheguei a Nova Iorque, é o contacto directo com as pessoas, é o estar com elas e ouvi-las.”