NOVO CÔNSUL-GERAL EM NEWARK, NJ QUER AGILIZAR SERVIÇOS E CHEGAR MAIS PERTO DE TODAS AS COMUNIDADES
Por HENRIQUE MANO | News Editor | Newark, NJ
O novo cônsul-geral de Portugal em Newark, NJ, Luís Sequeira, diz serem “muito positivas” as primeiríssimas impressões formadas da comunidade luso-americana da sua área de jurisdição. Apesar de ter chegado há cerca de três semanas, o diplomata algarvio esteve já no 43.º aniversário do Clube Português de Long Branch e manteve contactos com o conselheiro das comunidades Bruno Machado e o presidente da União de Clubes Luso-Americanos de New Jersey, Fernando Grilo, entre outros.
“O acolhimento tem sido fantástico, as pessoas acho-as muito simpáticas, são extremamente afáveis e, portanto, só posso dizer que tenho as melhores expectativas desta minha missão aqui em Newark”, afirma o cônsul-geral ao jornal LUSO-AMERICANO, na sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo.
Sobre o funcionamento do Consulado-Geral, Luís Sequeira lembra haver “determinados serviços que, de facto, dispensam a vinda dos utentes ao Consulado e que podem ser tratados por correio”, acrescentando: “isso ajuda imenso a tornar aqui o serviço mais fluído e a melhorar a sua qualidade.”
Uma preocupação permanente, garante, “será sempre a melhoria da qualidade do atendimento, tornando-o mais eficiente; nesse sentido, estamos a trabalhar para activar mais pontos de rede, porque espaço temos, é só uma questão de reorganização; tornar o espaço do Consulado mais ergonómico até para que os funcionários se sintam mais motivados e a cadência do atendimento seja melhor.”
O cônsul-geral acredita que, “com a colaboração de Lisboa”, poderá implementar melhorias no serviço, tal como aproveitar melhor a área da recepção; espera ainda receber mais máquinas de recolha de dados biométricos que, em ligação com os pontos de rede, poderiam agilizar o atendimento ao público. “Faria com que uma pessoa na recepção pudesse fazer logo a triagem aos utentes e, através de um botão interior de acesso a um trinco automático, o utente entraria no Consulado sem que um funcionário tivesse que se levantar da secretária”, explica. “Ao mesmo tempo, quem estivesse no atendimento escusava de ter de se levantar e acompanhar o utente ate à porta porque isso interrompe de certa maneira a cadência do atendimento.”
Para a emissão de vistos, “seria criada uma zona à parte”, planeia, “mas são ideias preliminares.”
O diplomata pretende ainda “desmaterializar ao máximo toda a papelada que não tem de ser guardada em formato de papel com vista a aligeirar um bocadinho o espaço e torná-lo mais leve, facilitando o trabalho das pessoas.”
Com o quadro de pessoal preenchido (5 funcionárias), há sempre a preocupação de que “alguém se reforme e, a qualquer momento, cause logo um impacto negativo aqui na orgânica dos serviços.”
À frente do Consulado-Geral que mais actos consulares regista nos EUA, o diplomata espera ainda diversificar as suas visitas e presenças, não se restringindo apenas às grandes presenças como Newark e Elizabeth – apesar de lhes reconhecer a importância. “Isto também, por outro lado, contribuiria para que a comunidade se sentisse mais próxima do Consulado, perceber melhor o nosso trabalho e, potencialmente, participar mais nos eventos que organizamos.”
Ao movimento associativo e seus líderes, “que já percebi ter uma grande vitalidade”, pede união: “há aquela máxima de que juntos somos mais fortes. Que os clubes mostrem a mais-valia da sua existência e a mais-valia de se unirem.”
A intervenção social pode e deve ser um dos seus propósitos, defende: “Passada a pandemia, não deixa de haver pessoas vulneráveis que, às vezes, precisam de uma palavra amiga, de alguém que as leve aos médicos, para apanhar a vacina, para levar uma injecção, ou apenas de uma voz amiga que lhes bata à porta de manhã e pergunte como estão, se precisam de alguma coisa. Os clubes, às vezes, estão mais perto dessa população vulnerável, conhecem-na melhor do que as autoridades. Essa acção de assistência social poderia ser também uma função a desempenhar pelos clubes, para além, obviamente, de servirem a excelente comida portuguesa.”
Luís Sequeira substitui no cargo Pedro Monteiro, que regressou a Lisboa para um ano sabático.
PERFIL
LUÍS MANUEL BORRALHO SEQUEIRA
•Nasceu a 29 de Agosto de 1973; tem 49 anos;
•Licenciado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa; pós-graduado em Estudos Europeus, dominante Económica pelo Instituto de Estudos Europeus da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa;
•Adido de embaixada em 1 de Dezembro de 1997 e exerceu funções na Direcção de Serviços das Questões Económicas e Financeiras da Direcção-Geral dos Assuntos Comunitários;
•Secretário de embaixada em 12 de Maio de 1999;
•Colocado na Embaixada em Estocolmo em 1 de Março de 2001;
• Direcção de Serviços das Organizações Económicas Internacionais da Direcção-Geral dos Assuntos Multilaterais a 1 de Julho de 2001;
•Protocolo do Estado a 1 de Março de 2003;
•Chefe de Missão Adjunto na Embaixada em Nova Deli a 23 de Setembro de 2004;
•Adjunto do Representante Permanente de Portugal junto do Conselho da Europa, em Estrasburgo, a 1 de Fevereiro de 2007;
•Correspondente Europeu Adjunto e Chefe de Divisão de Política Externa e de Segurança Comum na Direcção de Serviços para os Assuntos Políticos Europeus da Direcção-Geral de Política Externa, a 29 de Julho de 2013;
•Colocado na Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER) erm 1 de Junho de 2017, exercendo as funções de Conselheiro de Segurança e Defesa e, posteriormente, de Conselheiro para os Assuntos da Ásia e Pacífico;
•Conselheiro de embaixada em 9 de Julho de 2018;
•Cônsul-Geral de Portugal em Newark, NJ a 26 de Agosto de 2022.