Nuno Lopes acusado de “drogar e violar” guionista americana

A guionista americana AM. Lukas avançou com um processo judicial contra Nuno Lopes, registado na segunda-feira, dia 20 de Novembro, no qual acusa o actor português de a “drogar e violar”, segundo se pode ler no documento.

A cineasta explica no documento que os dois se cruzaram pela primeira vez no Festival de Cinema de Tribeca e que, durante a noite, perdeu a consciência. Só na manhã seguinte conseguiu recordar-se de algumas das coisas que terão acontecido durante a noite, faz notar. A também realizadora descreve na acusação parte do acto sexual que garante ter acontecido, dizendo que se lembra de estar com Nuno Lopes num quarto enquanto este lhe tocava, o que culminou numa violação. O mesmo documento, que data de 17 de Novembro, avança que a norte-americana se dirigiu ao hospital na mesma manhã e que se submeteu a um teste de violação.

A relação sexual, diz ainda, foi confirmada depois, durante uma chamada telefónica que fez com o artista português, mas os dois ter-se-ão encontrado anos mais tarde, por intenção de AM. Lukas, numa tentativa de “normalizar e neutralizar o evento traumático”. O processo detalha que Nuno Lopes terá, nesse encontro, desmentido a violação e garanti- do que os dois tiveram relações sexuais consentidas na manhã do dia seguinte.

Através de um comunicado, um dos advogados de AM. Lukas explica que é exigida uma “indemnização compensatória e punitiva”. “Estamos inspirados pela coragem da nossa cliente em responsabilizar o senhor Lopes. Como temos visto, a indústria cinematográfica deu repetidamente autorização a homens como o senhor Lopes para se envolverem em agressões sexuais sem consequências”, pode ler- se na nota em causa. AM. Lukas, vale notar, identifica-se com o género não-binário.

Nuno Lopes já reagiu publicamente à acusação de violação, interposta contra si pela guionista norte-americana AM. Lukas, em 2006. Num comunicado enviado pelo seu assessor de imprensa às redações, o ator português começa por falar da necessidade que sentiu em esclarecer os factos, mesmo tendo sido “veementemente instruído” pelos seus advogados americanos a abster-se de “revelar todos e quaisquer detalhes sobre o processo”. Nuno Lopes diz ter recebido “com surpresa” a carta com a acusação e sublinha que a mesma exige uma “quantia monetária” para encerrar o caso, bem como “um pedido de desculpas”, o que optou por rejeitar. O artista garante que é “moralmente e eticamente incapaz de cometer os atos” de que é acusado e que “jamais drogaria alguém” para, nesse sentido, se aproveitar “de uma pessoa incapacitada, quer por excesso de álcool ou por influência de quaisquer outras substâncias”. ” Nem hoje nem há 17 anos”, faz notar.

Nuno Lopes diz ter “o maior respeito e solidariedade por todas as vítimas de qualquer tipo de violência” e acrescenta: “Estou de consciência absolutamente tranquila, mas ciente das consequências gravíssimas que este caso representa. E de como a minha decisão de recusar um acordo confidencial e avançar publicamente para tribunal aporta consequências para a minha reputação quer pessoal quer profissional”.

Por fim, o artista refuta todas as acusações e expressa o deseja de ver o caso “prontamente esclarecido e julgado justamente pelas autoridades competentes”.