O carnaval de volta à Califórnia
O Carnaval regressou à Califórnia à grande depois de uma ausência de dois anos devido à pandemia. Só no sul da Califórnia, houve cinco, três na cidade de Artesia e dois em Chino. Indo um pouco mais para o norte, na cidade de Tulare e arredores houve uns tantos e mais uns pouco ainda mais ao norte. Os palcos de Artesia e Chino com as casas cheias, o público recebeu com grandes aplausos onze grupos. Ainda pelo menos mais dois deslocaram-se à Terceira (Açores) e para o ano esperam-se muito mais do que este ano, passando pelos palcos das comunidades portuguesas espalhadas por todos os cantos da Califórnia.
Nas cidades de Artesia e Chino, o Carnaval iniciou-se no sábado com os grupos da casa os de Chino primeiro em Artesia e depois em Chino e Artesia em Chino e depois em Artesia.
Paulo Garcia, Presidente do Artesia DES, deu as boas-vindas em Artesia ao público e ao grupos carnavalescos vizinhos, dizendo que este ano ia ser muito melhor do que no ano passado, além de haver grupos carnavalescos, mas este ano o palco ia estar repleto de grupos.
Iniciou-se com “As raparigas de Chino” com o título “Mamamia, não há dois sem três”. Um grupo de senhoras com grandes vozes imitando a peça de teatro e filme “Mamamia”, com uns toques só à portuguesa. Seguiram-se “Os rapazes de Chino”, um número de dança de comédia com vozes não inferiores às das senhoras – intitulado “Écadaumaqueéde benzer”. Este grupo de jovens também já pisou os palcos açorianos há vários anos, muito bem recebidos em Artesia e como dança carnavalesca de comédia fez rir o público.
O “Grupo Amigos do Carnaval Artesia” dividiu-se em três grupos: um de crianças, de adolescentes e de adultos. No primeiro, “Matança de Chico”, viu-se que Artesia envolve os mais jovens, sendo eles segunda e terceira geração luso-descendentes. Para o segundo, todos eles ‘teenagers’, com o título “Os Fragertons” e o último com vários deles pais dos primeiros dois grupos, “Dança das Viúvas”. O domingo iniciou-se com “Hilmar em Festa Viva”, “Rapazes Amigos da Tua Prima de Hilmar”, “Sonhos Carnavalescos” de Tulare, “Carnaval Sem Fronteiras”, “O Bailinho D’Eles” de San Martin e o Grupo Carnavalesco de Tulare. Para o próximo ano, esperam-se muitos mais grupos, especialmente da área de São José, onde a participação é bastante forte.
“Depois de dois anos sem Carnaval, já tinha saudade”, diz Jorge Costa, do ‘Hilmar em Festa’, com um elemento do grupo vindo da Terceira para participar no grupo. Enquanto Flávio André Sequeira da Rocha diz- nos que a diferença entre os Açores e a América “é que aqui o povo tem fome de ver o Carnaval, enquanto nos Açores é diferente”. Explicando a diferença, disse ao LUSO-AMERICANO que nos Açores já se espera deveras danças e cá já não, querem estar colados às suas cadeiras não só apoiando, mas participando com os grupos no palco.
Tiago Pereira, do grupo de rapazes ‘Amigos da Tua Prima’, confessou que já tinha imensa saudade de festejar o Carnaval. Stela Câmara, do grupo ‘Sonhos Carnavalescos’, oriunda do Faial, acrescentou: “no fim da pandemia, hoje vi a casa cheia e estou alegre. Acho que o Carnaval está de regresso. Já passámos por várias comunidades e os salões estavam cheios de espectadores. Acredito que o Carnaval está de regresso e vai ser mais forte após esta ausência de dois anos”.
O grupo com menos elementos foi o ‘Sem Fronteiras’, reduzido a uma dúzia e Kevin Coelho explicou que o grupo é composto com elementos de São José, Hanford, Sacramento e outras cidades de São Joaquim Valley; este ano, mesmo com a pandemia, nem todos puderam participar. Não sabe o que o futuro os espera, mais vai fazer tudo para que para o ano esteja de regresso com mais elementos. Finalmente, José Rocha, do ‘Grupo Carnavalesco de Tulare’, termina dizendo: “já tinha saudade de vir a Artesia e festejar o Carnaval, já que a última vez foi em 2020. Aqui somos muito bem acolhidos e também ver velhos amigos que tenho feito através destes anos”.
Todos os grupos expressaram que o Carnaval na Califórnia “está aqui para ficar.”