Obras na pista do Aeroporto de Newark terminam mais cedo e prometem aliviar atrasos

O Aeroporto de Newark deverá começar a registar menos atrasos e cancelamentos a partir do dia 2 de Junho, segundo anunciaram autoridades locais e federais. A melhoria acontece graças à conclusão antecipada das obras de reabilitação numa das principais pistas de descolagem – a 4L-22R.

Nas últimas semanas, milhares de passageiros que utilizam este aeroporto, situado no estado de Nova Jérsia, têm enfrentado grandes transtornos devido a uma combinação de factores: falta de controladores aéreos, falhas frequentes nos equipamentos de navegação e as obras em curso na pista, tudo isto num período em que o tráfego atinge níveis históricos.

Segundo o secretário dos Transportes dos EUA, Sean Duffy, a situação no Aeroporto de Newark exige atenção urgente:

“Temos de resolver es-te problema, porque a-quilo que acontece em Newark poderá repetir-se noutros aeroportos do país”, alertou.

Fim das obras antecipado

As obras na pista 4L-22R, iniciadas a 15 de Abril, faziam parte de um projecto de 121 milhões de dólares e estavam inicialmente previstas para terminar a meio de Junho. No entanto, a Autoridade Portuária de Nova Iorque e Nova Jérsia, responsável pela gestão do aeroporto, confirmou que os trabalhos estavam adiantados e que a pista retomaria operações normais na passada segunda-feira, 2 de Junho.

O governador Phil Murphy elogiou os esforços das equipas envolvidas: “Quero reconhecer o trabalho incansável das equipas que tornaram possível concluir este projecto fundamental antes do prazo previsto.”

A pista em questão — com 3.350 metros de comprimento e 45 metros de largura — é a mais utilizada para partidas em Newark e não era reabilitada desde 2014. Os trabalhos incluíram a repavimentação total, nova sinalização e modernização do sistema de iluminação, de forma a garantir o cumprimento das normas da FAA (Administração Federal da Aviação).

Impacto na operação dos voos

Enquanto decorriam as obras, a FAA impôs um limite temporário ao número de voos por hora: apenas 28 chegadas e 28 partidas. Esse número deverá ser aumentado para 34 a partir de 15 de Junho, data em que as obras diárias terminam. No entanto, alguns trabalhos menores irão continuar aos sábados até ao final do ano.

Apesar das melhorias esperadas, os passageiros são aconselhados a verificar com as companhias aéreas possíveis alterações nos horários, uma vez que os impactos operacionais poderão prolongar-se por mais algumas semanas.

A United Airlines, que tem um dos seus principais hubs em Newark, foi uma das empresas mais afectadas. A companhia reduziu a sua programação diária em 35 voos de ida e volta desde o início do mês.

“O nosso plano é reconstruir gradualmente e com segurança a nossa programação ao longo do verão”, afirmou Jon Gooda, vice-presidente de operações da United Airlines em Newark. “Mesmo com a reabertura da pista, a decisão da FAA fará com que todas as companhias, incluindo a nossa, operem com menos voos este verão do que no ano passado.”

Controladores e equipamentos sob pressão

Para além das obras, o Aeroporto de Newark enfrenta uma escassez crónica de controladores de tráfego aéreo. O governo federal anunciou que vai contratar pelo menos 2 mil novos profissionais este ano como parte de um plano de emergência para reforçar os serviços nos principais aeroportos do país.

Também estão a ser aceleradas melhorias tecnológicas nos sistemas de controlo, depois de vários episódios preocupantes. A 19 de Maio, registou-se uma nova falha nas comunicações por rádio com as aeronaves — o quarto incidente do género desde 28 de Abril.

Apesar destes desafios, o secretário Sean Duffy garantiu que voar de e para Newark continua a ser seguro:

“Estamos a trabalhar para que situações como estas deixem de acontecer, mas quero deixar claro: é seguro voar a partir deste aeroporto.”