Ocidente aposta em mais sanções e Irão ameaça com nuclear

A União Europeia, os Estados Unidos e o Reino Unido reforçaram esta quinta-feira as sanções contra o Irão, especialmente a sua indústria de fabrico de drones.

No final do primeiro dia do Conselho Europeu, que terminou esta quinta-feira, já tinham sido anunciadas novas medidas restritivas contra o Irão, visando em particular o fabrico de veículos aéreos não tripulados e mísseis.

Os EUA revelaram que vão visar 16 pessoas ligadas aos Guardas da Revolução e ao Ministério da Defesa iraniano, e duas entidades iranianas que produzem os motores usados nos drones. As sanções britânicas vão no mesmo sentido.

Israel saudou estas medidas, que apelida de “um passo importante no caminho da retirada dos dentes da serpente”, agradecendo aos “amigos pelo apoio e assistência”. Mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou na quarta-feira que Israel “tem o direito a proteger-se” e que “tomará a sua própria decisão” sobre a resposta ao ataque iraniano, o que acabou por se confirmar na retaliação que levou a cabo, mesmo com os esforços do Ocidente para evitar uma escalada do conflito.

Apesar não terem sido revelados danos até ao momento, estava previsto que o alvo deste ataque fossem as instalações nucleares de Teerão.

O Irão já tinha ameaçado repensar as suas políticas e avançar no desenvolvimento de uma arma nuclear se Israel o atacasse, mesmo após de, há mais de 20 anos, o seu líder supremo, Ali Khamenei, ter aprovado um decreto religioso contra o desenvolvimento de armas nucleares.

“Construir e armazenas bombas nucleares é errado e usá-las é pecado”, insistiu em 2019, explicando que apesar de o Irão ter a tecnologia, evitou desenvolver as armas.

Desde então, Teerão já terá enriquecido 60% no que toca a urânio, muito acima do valor necessário num programa nuclear civil.