OMS: Mundo continua ‘numa corrida para salvar vidas’
O director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou esta semana aos governos para trabalharem em conjunto para garantir uma distribuição equitativa das vacinas contra a covid-19, alertando que o mundo continua “numa corrida para salvar vidas”.
“Apelo a todos os governos a trabalharem em conjunto no sentido de uma distribuição equitativa” das vacinas a nível global, salientou Tedros Adhanom Ghebreyesus, na primeira conferência de imprensa de 2021 da OMS sobre a pandemia.
Após a reunião extraordinária do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE), o responsável da OMS apelou também aos grupos farmacêuticos para reforçarem a sua produção de vacinas contra o vírus SARS-CoV-2, tendo em conta a iniciativa global Covax, destinada a fazer chegar vacinas aos países mais pobres.
“Estamos numa corrida para prevenir infecções, baixar o número de casos, proteger sistemas de saúde e salvar vidas, enquanto estão a ser lançadas vacinas seguras”, referiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertando que a pandemia “continua a ser uma enorme crise de saúde pública”.
Apesar de vários países já terem iniciado a vacinação, o director-geral da OMS referiu que, em determinados países, o número de casos da doença é tão elevado que hospitais e unidades de cuidados intensivos estão a “chegar a níveis perigosos”.
“Apelamos a todos os países para reforçarem os testes e a sequenciação do vírus para podermos monitorizar e responder eficazmente a qualquer alteração”, disse.
Segunda dose da Pfizer deve ser atrasada
Entretanto, a OMS recomendou que a administração da segunda dose da vacina da Pfizer-BioNTech seja “atrasada algumas semanas” em situações excepcionais, para permitir que mais pessoas possam ter acesso à primeira dose.
Esta recomendação resulta da reunião desta semana do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE), que reúne 26 especialistas de várias áreas e diversos países e que, nos últimos meses, tem analisado a informação sobre as vacinas contra a covid-19.
Em conferência de imprensa, o responsável do SAGE, o mexicano Alejandro Cravioto, adiantou que os especialistas recomendaram que, em circunstâncias excepcionais de fornecimento, a vacina da Pfizer-BioNTech seja administrada “entre 21 e 28 dias”.
A recomendação de atrasar a segunda dose “em algumas semanas” permitiria “maximizar o número de pessoas que podem beneficiar da primeira dose” desta vacina, referiu Alejandro Cravioto.
No mesmo dia a Agência Europeia de Medicamentos desaconselhou adiar a segunda dose da mesma vacina além dos 42 dias, numa altura em que Alemanha e Bélgica admitem administrar a primeira dose a mais pessoas e adiar a segunda além dos 21 dias prescritos.
Aquele organismo, que trata da avaliação técnica das vacinas na União Europeia (UE), destaca que “os vacinados podem não estar totalmente protegidos até sete dias após a segunda dose”, como indicou a Pfizer após os ensaios clínicos.
No entanto, a EMA não proíbe estender a administração da segunda dose da vacina da Pfizer contra a covid-19 até aos 42 dias.