ONU: Estados Unidos vetam a resolução sobre admissão da Palestina

Os Estados Unidos utilizaram o seu poder de veto, esta quinta-feira, contra a resolução do Conselho de Segurança da ONU para admitir a Palestina como Estado-membro de pleno direito da organização.

O projecto apresentado pela Argélia obteve 12 votos a favor, um contra e duas abstenções, sendo automaticamente rejeitado apesar de ter o apoio da maioria. Isto explica-se devido ao facto de os EUA serem um dos cinco membros permanentes daquele órgão (juntamente com Rússia, China, França e Reino Unido), os únicos com poder de veto.

Na opinião dos Estados Unidos, a Palestina não cumpre as condições para poder ser considerada um Estado-membro da ONU.

“O [movimento islamita palestiniano] Hamas, uma organização terrorista, é que está a exercer o poder e a influência” na Faixa de Gaza, sustentou Padel.

O porta-voz do Departamento de Estado afirmou ainda que, se a Palestina for autorizada a aderir à ONU, os Estados Unidos “retirarão” o seu financiamento.

Actualmente o país que mais contribui para a ONU, tendo entregado à organização mais de 18 mil milhões de dólares no ano passado.

A Autoridade Palestiniana criticou o veto, considerando que é uma “agressão flagrante” que empurra o Médio Oriente para a “beira do abismo”.

“Esta política americana agressiva para a Palestina, seu povo e seus direitos legítimos representa uma agressão flagrante ao direito internacional e uma incitação

para que continue a guerra genocida contra nosso povo (…) que levam à região ainda mais para a abeira do abismo”, declarou o gabinete do presidente Mahmud Abbas em comunicado.

Este veto “revela as contradições da política americana que pretende, por um lado, apoiar a solução de dois Estados, mas por outro, impedir a aplicação desta solução” na ONU, acrescenta o texto.

Na nota, o gabinete de Abbas agradece aos países que apoiaram a adesão plena dos Territórios Palestinianos à ONU.

A votação ocorreu em plena guerra na Faixa de Gaza, que ameaça alastrar-se para outras regiões do Médio Oriente, tendo envolvido recentemente o Irão.

Para ser aprovada pela ONU, qualquer resolução requer nove votos a favor (dos dez membros não- permanentes do órgão) e que nenhum dos cinco membros permanentes se lhe oponha.