Os arguidos que vão a julgamento pela morte de Sara Carreira nunca mostraram remorsos perante família da vítima
O tribunal de Santarém decidiu ordenar o julgamento de todos os arguidos acusados de crime no caso do acidente de viação que causou a morte de Sara Carreira.
A fadista Cristina Branco, Paulo Neves, e o ex-namorado da vítima mortal, Ivo Lucas, foram pronunciados pelo crime de homicídio por negligência, sendo que o actor vai ainda responder por uma contraordenação leve, e o mesmo se aplica ao arguido Paulo Neves. Tiago Pacheco está acusado de condução perigosa, uma contraordenação grave e outra contraordenação leve.
Tony Carreira, pai da vitima afirmou, “Volto a dizer aquilo que já disse muitas vezes. Não estou aqui para vingar ninguém, porque sei perfeitamente como é que isto vai terminar. Vai terminar simplesmente a dizer que eu perdi a minha filha e nada vai acontecer a ninguém.” “Só lamento que nenhum dos arguidos me tenha mandado uma mensagem ou escrito uma carta simplesmente a dizer: lamento muito aquilo”, acrescentou, Tony Carreira.
Segundo a acusação, o acidente ocorreu por volta das 18.30 horas do dia 5 de Dezembro de 2020, já “noite escura” e com períodos de chuva fraca, com o embate da viatura conduzida por Cristina Branco no veículo de Paulo Neves, que circulava na faixa da direita a entre 28,04 e 32,28 quilómetros/hora, velocidade inferior à mínima permitida por lei (50 quilómetros/hora), depois de ter ingerido bebidas alcoólicas.
A viatura de Cristina Branco embateu, de seguida, na guarda lateral direita, rodando e imobilizando-se em sentido contrário, na faixa central da A1. Apesar de ter ligado as luzes indicadoras de perigo, a fadista, que abandonou a viatura, é acusada de não ter feito a pré-sinalização de perigo.
Às 18.49 horas, Ivo Lucas circulava pela faixa central entre 131,18 e 139,01 quilómetros/hora, não tendo conseguido desviar-se do carro da fadista, no qual embateu com o lado esquerdo, seguindo desgovernado para o separador central e capotando por várias vezes até se imobilizar na faixa da esquerda, quase na perpendicular. Pelas 18.51 horas, Tiago Pacheco seguia pela via central entre 146,35 e 155,08 quilómetros/hora, afirmando a acusação que não reduziu a velocidade, mesmo apercebendo-se de que passava pelo local do acidente, não conseguindo desviar-se da viatura de Ivo Lucas, onde este ainda se encontrava, bem como Sara Carreira.