OS MANDANTES

por Luis Pires

Infelizmente conheço muitos políticos que gostariam de abafar o berlinde do Poder e ficarem lá para a eternidade. Como têm de morrer, nem se importariam de ser múmias embalsamadas para lá ficarem até que as galinhas tenham dentes.
Há políticos que infelizmente só se afirmam pelo fato que vestem e pelo título que o Povo lhes deu. Ultimamente não tenho escrito muito sobre política. Ando enjoado ou melhor enojado.

O factor mais relevante para esse afastamento é este complexo covidesco que me atrai mais a atenção. Dir-me-ão que, decerto, nos dois partidos haverá gente que vale a pena apoiar, o que certamente será verdade. Porém, não sou dado a grandes batalhas épicas de David contra Golias, pois estas só são história nos raros casos em que o anão derrota o gigante, nunca nos incontáveis casos em que a natureza segue o seu curso e as coisas acontecem como têm que acontecer. Assim sendo, os culpados pelo meu desinteresse não são indivíduos como Donald Trump ou Joe Biden e sim os bonacheirões que abundam pelos corredores dos edifícios públicos semi-respeitáveis com agenda preenchida e sem trabalho feito.

Refiro-me em específico à hibernação dos grandes líderes e à grande purga de outros rumo à obsolescência. Enquanto estes dois partidos não concluírem que têm nas mãos a criação da única base nacional – não vejo alternativa a não ser participar na hibernação deste longo Inverno nacional. Enquanto assim for, que fique lá o Biden ou o Costa, o Christie ou o Cuomo, a Hillary ou o Mitch. São todos menos maus, assim e assim. Agradam a uns são odiados por outros. É péssimo, mas, pelo menos, é um péssimo com o qual não nos iludimos. A gente já se ri.