Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral com 62% dos votos

O secretário-geral cessante do Partido Socialista (PS) e primeiro-ministro iniciou, ao início da tarde de domingo a passagem de testemunho a Pedro Nuno Santos, que no sábado foi eleito nas eleições directas. António Costa entregou no domingo as chaves da sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa.

Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS com 62% (24.080 votos), tendo vencido em 18 das 21 federações do país. Às eleições directas dos socialistas, que se realizara entre sexta-feira e sábado, concorreram também o actual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que acabou por ficar em segundo lugar no escrutínio, com 36% (14.868 votos), e o dirigente socialista Daniel Adrião, em terceiro com apenas 1% (382 votos).

Pedro Nuno quer abrir “novo ciclo” no PS e considera que não é “o líder que a direita gostava” Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas na sede nacional do PS, em Lisboa, onde no domingo teve um encontro de cerca de uma hora e meia com o seu antecessor na liderança dos socialistas e ainda primeiro-ministro, António Costa. Interrogado sobre críticas vindas do PSD ao seu primeiro discurso como secretário-geral do PS, no sábado à noite, Pedro Nuno Santos respondeu: “Eu não sou o candidato que a direita gostava que fosse. Não sou o líder do PS que a direita gostava de ter”. “Nós faremos um grande combate a esta direita e ao PSD para ganharmos as eleições do dia 10 de Março. Eu não vou comentar apreciações sobre o meu discurso porque, como devem imaginar, não estava à espera que o discurso que eu fizesse ou aquilo que eu venha a dizer seja algum dia ou em algum momento elogiado pelo PSD”, acrescentou. Segundo Pedro Nuno Santos, “isso é que seria de suspeitar, caso fosse de facto elogiado pelo líder do PSD ou por algum dirigente do PSD, isso, sim, seria preocupante”. O recém-eleito secretário-geral do PS voltou a expressar orgulho nos resultados dos governos chefiados por António Costa nos últimos oito anos, que afirmou querer “continuar, não só concluir muitos dos projectos iniciados pelo actual Governo”, mas dando “início a uma nova fase, um novo ciclo”, e repetiu a ideia de que quer liderar um projecto “com um novo impulso, com uma nova energia”. “Um projeto que é de continuidade, mas, sobretudo, de mudança, para resolvermos problemas que ainda persistem no nosso país”, definiu, mais à frente. Como fez ao longo da campanha interna no PS, Pedro Nuno Santos frisou a mensagem de que nem tudo está bem, de que há problemas por resolver. Rejeitando uma vez mais a divisão entre radicais e moderados, declarou: “Radicais são mesmo alguns dos problemas que ainda sofremos no nosso país e que precisam de resposta, isso, sim”.