“Pessoas enfrentam possibilidade imediata de morrer de fome” depois de ajuda humanitária ser suspensa em Gaza
Os sistemas de comunicação na Faixa de Gaza estão hoje, sexta-feira, inoperacionais pelo segundo dia consecutivo, fazendo com que as agências de ajuda humanitária suspendessem as entregas transfronteiriças.
“Gaza recebe agora apenas 10% dos alimentos necessários diariamente e a desidratação e a subnutrição estão a aumentar, com quase todos os 2,3 milhões de pessoas no território a necessitarem de alimentos”, disse o porta-voz regional do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas para o Médio Oriente, Abeer Etefa.
“As pessoas enfrentam a possibilidade imediata de morrer de fome”, acrescentou, dizendo ainda que com os poucos camiões que entram em Gaza e nenhum combustível para distribuir os alimentos não há forma de satisfazer as actuais necessidades de fome.
Para o porta-voz, a ruptura da rede de comunicações, crucial para a coordenação da entrega de ajuda, agravou ainda mais a situação.
A agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA) informou que nenhuma entrega de ajuda poderia entrar hoje no sul de Gaza vinda do Egipto.
“Vimos combustível, alimentos, água e assistência humanitária serem usados como arma de guerra”, disse a porta-voz da agência, Julliette Touma.
O combustível é necessário não só para a distribuição de alimentos, mas também para alimentar os geradores do sistema de comunicação de emergência, alimentar hospitais (actualmente sobrecarregados), centrais de dessalinização e outras infraestruturas críticas e essenciais para a sobrevivência da população de Gaza.