Pintoras Maria Helena Vieira da Silva e Bertina Lopes representadas em exposição de abstraccionismo
As pintoras Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) e Bertina Lopes (1924-2012) estão representadas numa grande exposição dedicada a mulheres artistas que marcaram o abstraccionismo entre os anos 1940 e 1970, a inaugurar em Londres em Fevereiro.
Intitulada “Action, Gesture, Paint: Women Artists and Global Abstraction 1940-70”, a mostra colectiva com 150 pinturas de 81 artistas internacionais daquela geração estará patente na Galeria Whitechapel.
Com o objectivo de apresentar obras além das “predominantemente assinadas por criadores masculinos brancos cujos nomes são sinónimo do movimento Expressionista Abstracto, esta exposição celebra as práticas de inúmeras mulheres” que trabalharam nesta corrente durante o impacto da Segunda Guerra Mundial, explica um texto sobre a exposição no sítio ‘online’ da Galeria Whitechapel.
Além da pintora portuguesa Vieira da Silva e da moçambicana Bertina Lopes, artistas como as norte-americanas Lee Krasner (1908-1984) e Helen Frankenthaler (1928-2011), mais conhecidas internacionalmente, e outras menos divulgadas, como a sul-coreana Wook-kyung Choi (1940- 1985) terão obras nesta mostra.
O mesmo texto sublinha que os Estados Unidos da América são frequentemente citados como lugar de nascimento deste movimento, o abstraccionismo, “mas a área geográfica desta exposição demonstra que artistas de todo o mundo estavam a explorar temas semelhantes em termos de materialidade, liberdade de expressão, percepção e moldando a abstracção gestual com os seus próprios contextos culturais, desde o cresci- mento do fascismo nalgumas regiões da América do Sul, à influência do comunismo na Europa de Leste e na China”.
Maria Helena Vieira da Silva naturalizou-se francesa em 1956, tendo vivido muitos anos em França, de onde fugiu à Segunda Guerra Mundial mas, por não ter recebido passaporte do regime ditatorial do Estado Novo, foi residir para o Brasil. A sua obra em pintura, gravura, escultura e ilustração está amplamente representada no Museu Arpad-Szénes Vieira da Silva, em Lisboa, inaugurado em 1994 para divulgar a obra do casal de artistas.
Nascida em Maputo, Moçambique, Bertina Lopes estudou pintura e escultura em Lisboa, vindo a adoptar a nacionalidade italiana em 1965. Realizou a sua primeira exposição retrospectiva no Palazzo Venezia, em Roma, cidade onde foi galardoada com o Prémio Gabriele D’Annunzio.