PODOLOGISTA ADVERTE: Peregrinos não sabem como tratar dos pés

A informação sobre a forma de proteger os pés para as grandes peregrinações ainda não chega a todos os que se metem ao caminho para o Santuário de Fátima, segundo a podologista Cláudia Ferreira.

Apesar de, ciclicamente, haver apelos, quer dos serviços do santuário, quer das entidades parceiras que dão apoio aos peregrinos que, de Norte a Sul do país, partem em peregrinação em direcção à Cova da Iria, continuam a chegar muitos pés maltratados ao final da jornada.

Cláudia Ferreira, podologista há 20 anos, reconheceu que, “apesar dos avisos, os problemas continuam”.

“Todos os anos temos gente nova [em termos de peregrinações] que necessita de mais informação. Principalmente diabéticos, que devem ter cuidados especiais”, diz à agência Lusa, junto ao camião da Associação Portuguesa de Podologia (APP), onde 30 voluntários, entre podologistas e alunos do 2.º e 3.º anos de podologia da Coope-rativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU), prestaram assistência aos peregrinos que chegam a Fátima.

“As tradicionais bolhas, inflamações, reacções alérgicas ao esforço e ao calor” são os principais problemas com que lidamos mais”, explica Cláudia Ferreira, que faz este serviço de voluntariado como forma de “ajudar o próximo” e “agradecer o trabalho” que não lhe falta na clínica onde exerce a sua especialidade, em Barcelos.

Olhando para a quantidade de pessoas que, na fila, aguardavam vez para subirem ao camião e serem atendidas, a podologista é peremptória: “estas pessoas deviam procurar um profissional antes de empreenderem caminho, para receberem conselhos e ver a forma mais adequada de fazerem a sua caminhada”.

“Por outro lado, dois meses antes de cada peregrinação devia haver forte informação, para que as pessoas recebessem as indicações necessárias a este tipo de jornada”, acrescenta, lamentando que, “mesmo nos grupos organizados de peregrinos se nota alguma falta de informação”.