POLÍCIA LUSO-AMERICANO MORRE DE COVID-19 AOS 49 ANOS

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Uma família luso-americana de Taunton, arredores de Fall River (no estado de Massachusetts), perdeu na véspera de Natal um filho e irmão. O agente policial John M. Borges, de 49 anos e afecto à Polícia de Taunton, sucumbiu à COVID-19, tornando-se numa das milhares de vítimas que o novo coronavírus já provocou no ‘Bay State’.

A morte do polícia gerou uma onda de consternação em Massachusetts, com várias figuras políticas a tornarem públicas mensagens de pêsames endereçadas à família Borges. “Os meus profundos pêsames à família e amigos do agente Borges”, escreve no Facebook a deputada estadual luso-americana Carol Gomes Doherty, que representa Taunton na Assembleia Legislativa do estado. “Vai fazer muita falta à Polícia de Taunton e à comunidade. Que descanse em paz”.

A morte de Borges foi anunciada pelo chefe da Polícia de Taunton, Edward J. Walsh; de acordo com declarações à imprensa do tenente Eric Nichols, de quem era amigo próximo, Borges era uma pessoa “humilde, que se movimentava nos bastidores” e que perdeu uma “batalha dura” contra a COVID-19. “Servia o público com dedicação”, acrescentou.

John Borges estava há duas décadas na Polícia de Taunton, uma cidade no sudoeste de Massachusetts com uma larga presença portuguesa (e de onde é originário o ex-assessor luso-americano do presidente Barack Obama, David Simas). Há três semanas testou positivo para a COVID; a princípio ter-se-á sentido bem, mas dois dias depois do teste positivo foi hospitalizado no Morton Hospital, onde acabou ligado a um ventilador. Chegou a receber um tratamento à base de plasma, mas hoje as coisas pioraram e o agente faleceu.

John M. Borges nasceu no seio de uma família portuguesa e cresceu em Taunton, frequentando a Bristol-Plymouth Regional Technical School; também era ‘search manager’ para a Southeastern Massachusetts Law Enforcement Council (SEMLEC) Search and Rescue Team e instrutor da Massachusetts Emergency Management Agency (MEMA), para além de pertencer à Civil Air Patrol.

“Por cada hora pela qual era pago, retribuía com outra de voluntariado”, diz o tenente Nichols.

Borges não era casado e deixa de luto o pai, a mãe e uma irmã.

“Ele ajudou tanta gente”, acrescenta o amigo. “Em condições normais, o seu funeral iria atrair milhares e milhares de pessoas”.