Portugal ainda aquém dos 8 países da NATO que já atingiram meta de despesa em defesa
Oito países da NATO atingiram em 2021 o objectivo de consagrar 2% do respectivo PIB a despesas em defesa. Os dados constam do relatório anual da NATO, apresentado no quartel-general da Aliança, em Bruxelas, pelo Secretário-Geral, Jens Stoltenberg, que se congratulou com o facto de 2021 ter sido o sétimo ano consecutivo de aumento das despesas com a defesa entre os aliados europeus e no Canadá, com uma subida de 3,1% em termos reais comparativamente a 2020.
Portugal surge, tal como um ano antes, no 17º lugar da tabela, com 1,55% do respectivo PIB consagrado à defesa, ainda assim à frente de países como a Itália (1,54%) e Alemanha (1,49%), e bem acima de Espanha, que ocupa o penúltimo lugar, com apenas 1,03%.
Lembrando que, na cimeira extraordinária da líderes da NATO celebrada na semana passada, em Bruxelas, os aliados concordaram que é necessário “redobrar os esforços para investir mais, e mais rapidamente, na defesa” da Aliança, Stoltenberg comentou que “há um novo sentido de urgência” face à “nova realidade de segurança”, designadamente à luz da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Na cimeira de Março, o Primeiro-Ministro, António Costa, dando conta de que os Estados-membros da NATO se comprometeram a actualizar o seu plano de investimentos em defesa até à cimeira de Junho, adiantou que Portugal irá aumentar o seu investimento em equipamento.
Em termos de despesas com equipamento militar em percentagem da despesa em defesa, 21 membros da Aliança já ultrapassaram a meta da NATO de 20%, mas Portugal surge na 24ª posição, com 17,8%.
Neste âmbito, Portugal estabeleceu um plano de reforço do seu investimento segundo o qual, em 2024, seria reservado 1,68% do PIB nacional à Defesa. Ainda de acordo com os dados do relatório de 2021 hoje publicado, Portugal continua a ser o quinto país da Aliança onde se regista um maior apoio à NATO, com 79% dos inquiridos num inquérito promovido pela organização, ainda antes da guerra lançada pela Rússia na Ucrânia, a dizerem que votariam pela pertença à NATO num hipotético referendo, e apenas 4% votariam a favor da saída da organização.