PORTUGAL: MAIS QUE FÉRIAS, UMA VIAGEM COM PROPÓSITO
Todos os verões, desde que me lembro, viajo a Portugal. As calçadas de pedra pretas e brancas, o cheiro bom dos doces portugueses e os banhos frios de mar fazem parte da minha vida.
Para mim, voltar a Portugal durante o verão é uma viagem especial – um tempo para descobrir coisas novas em lugares que já conheço. É uma forma de me conectar com as minhas raízes e recarregar as energias num lugar que me traz boas lembranças.
Este verão, voltei a Portugal com uma ideia um pouco diferente. Eu já tinha feito trabalho voluntário nos Estados Unidos, mas queria algo que me ligasse à minha cultura e à minha comunidade. Decidi ser voluntária com a minha prima na Assistência Médica Internacional (AMI) em Lisboa.
A AMI ajuda pessoas idosas e carentes perto de Lisboa, oferecendo comida, remédios e outros tipos de ajuda.
A ideia de trabalhar com a AMI cativou-me pela sua proximidade com a comunidade e pelo seu foco na ajuda àqueles que mais precisam. Eu sentia que precisava fazer mais do que apenas visitar Portugal. Queria contribuir de alguma forma.
Na AMI, entreguei comida saudável, preparei remédios para quem não tem como os conseguir, e costurei sacos de roupas velhas para entregar frutas e verduras, ajudando também o meio ambiente de Lisboa. Cada tarefa, por mais simples que fosse, trazia-me uma sensação de propósito.
Lembro-me de cada pessoa que conheci na AMI, cada rosto que se iluminava ao receber ajuda. Os seus sorrisos, as suas histórias, palavras de agradecimento que me mostraram a importância do meu trabalho e o impacto positivo que ele tinha nas vidas de muitas pessoas.
Ser voluntária na AMI foi com certeza uma das melhores coisas que já fiz na vida. Fiquei muito feliz em saber que estava ajudando pessoas que não têm família ou amigos por perto. Além de ajudar com coisas práticas, conversava com as pessoas e ouvia as suas histórias.
De muitas maneiras, o meu trabalho voluntário foi como um gesto de amizade. Percebi que a barreira da idade e das diferenças se dissolviam num simples acto de compaixão.
Quando penso no meu voluntariado na AMI, percebo que não preciso ir tão longe para ajudar as pessoas. Existem muitas oportunidades ao meu redor para fazer a diferença na vida de alguém. Mas adorei cada momento do meu trabalho na AMI porque o fiz com a minha família num país que é como a a minha segunda casa.
Foi uma oportunidade de me conectar com as minhas raízes de uma forma nova e profunda. E por isso, fiquei muito grata.
Portugal não é apenas um destino de férias; é um lugar que faz parte da minha identidade, da minha história.
Da próxima vez que forem a Portugal para visitar a família e os amigos, sugiro que considerem dedicar algum tempo a ajudar a comunidade, mesmo que seja por algumas horas. Ficarão surpresos com o bem que podem fazer, tanto para os outros quanto para a sua própria ligação com o nosso querido Portugal.
Seja através da AMI, de outras organizações locais, ou mesmo ajudando um vizinho idoso – cada pequeno gesto conta.
Acredito que o voluntariado é uma forma de retribuir a Portugal o acolhimento e o carinho que sempre recebi, e de construir um futuro mais justo e solidário para todos.