Povo saiu às ruas em protesto: Netanyahu considera reforma judicial em Israel uma “etapa democrática necessária”

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, qualificou de “etapa democrática necessária” a aprovação pelo parlamento de uma medida decisiva da controversa reforma judicial apresentada pelo seu Governo ultra-nacionalista. “Esta etapa destina-se a restabelecer um equilíbrio entre os poderes (…), votámos [esta medida] para que o Governo possa conduzir uma política em conformidade com a decisão da maioria dos cidadãos”, afirmou Netanyahu num discurso pela televisão.

Em simultâneo, o chefe de Governo israelita exortou a oposição a dialogar para “chegar a acordos” sobre outros aspetos da reforma que ainda não foram submetidos a votação.

“Continuaremos a esforçar-nos para negociar e chegar a acordos. Não renunciamos à oportunidade de garantir um amplo acordo, e digo que é possível”, disse no decurso da alocução.

Netanyahu também indicou que a oposição rejeitou “todas as propostas de compromisso” apresentadas pela sua coligação de direita e extrema-direita, e assinalou que o Executivo “se manterá em contacto com a oposição para dialogar” sobre o futuro da reforma durante a pausa nos trabalhos parlamentares no mês de Agosto.

“Todos estamos de acordo que Israel deve continuar a ser uma democracia forte, que deve proteger os direitos individuais de todos”, argumentou, antes de solicitar aos mais de 10 mil reservistas que suspenderam o seu serviço para prescindirem das divergências políticas e que revertam a sua decisão.

O Parlamento israelita aprovou uma parte essencial da reforma judicial proposta pelo Governo de Netanyahu, apesar dos protestos de vários quadrantes políticos e sociais.

. Decisão gera revolta na oposição:

A votação ocorreu após uma sessão turbulenta, em que os deputados da oposição gritaram “Vergonha!”, antes de abandonarem a sala, com a proposta do Governo a ser aprovada com 64 votos a favor e nenhum contra.