Preço das casas em Portugal registam maior subida dos últimos quatro anos
Novo indicador do INE revela que os preços das casas subiram 4% no primeiro trimestre.
Os portugueses que pretendem vender casa têm razões para sorrir. Depois de um período de quebra que coincidiu com a crise económica e o fecho da torneira do crédito, os preços das casas finalmente dão sinais consistentes de querer descolar. Dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam que no primeiro trimestre deste ano, os preços das casas aumentaram, em média, 4% face ao mesmo período de 2013. Trata-se da maior subida de preços dos últimos quatro anos.
Em cadeia, o primeiro trimestre de 2014 foi ainda o terceiro consecutivo em que os preços dos imóveis deram sinais de recuperação, após 12 trimestres seguidos a desvalorizar. Entre Janeiro e Março, os preços aumentaram 1,3% face ao último trimestre de 2013, dando assim continuidade aos aumentos, de 0,5% e de 2,3%, verificados no terceiro e quarto trimestres do ano passado. Segundo Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), estes números “confirmam os dados da APEMIP e são um sinal de que o sector imobiliário está em recuperação”, antevendo que “2014 será um ano já positivo, mas que 2015 vai ser ainda melhor”.
Estes dados resultam do mais recente indicador lançado ontem pelo INE e que pretende acompanhar a evolução do imobiliário em Portugal. Trata-se do Índice de Preços na habitação (IPHab), cuja série se inicia em 2009, e que tem como principal objectivo medir a evolução dos preços dos alojamentos familiares adquiridos no mercado residencial em Portugal. Além disso, o INE passa também a divulgar informação sobre a evolução trimestral do número de vendas de casas. Toda a informação é trabalhada a partir de informação disponibilizada pela Autoridade Tributária e Aduaneira, referente ao Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).
Do ponto das transacções, no primeiro trimestre deste ano, entre novos e usados, foram vendidos 18.590 imóveis, o que equivale a uma subida de 16,7% face às 15.917 casas transaccionadas no mesmo período de 2013. Um valor que ainda assim fica aquém do total de 24.275 casas vendidas no último trimestre de 2013. Luís Lima, justifica essa diferença com o facto de muitas pessoas escolherem o final do ano para fazerem as escrituras dos imóveis. Níveis que também são suportados pelas remessas de emigrantes.