PRESIDENTE JOE BIDEN NOMEIA JUÍZA PORTUGUESA PARA O “UNITED STATES COURT OF APPEALS FOR THE SECOND CIRCUIT”
Por HENRIQUE MANO | News Editor
Continua em ascensão a carreira da juíza portuguesa Maria Araújo Kahn. Depois de ter subido à mais alta instância judicial no estado de Connecticut – o Tribunal Supremo, a jurista foi agora nomeada pelo Presidente Joe Biden [https://www.whitehouse.gov/briefing-room/statements-releases/2022/08/01/nominations-sent-to-the-senate-78/] para um assento no 2.º Tribunal de Apelos dos Estados Unidos (a última instância antes do Supremo Tribunal).
O denominado em inglês “Second Circuit Court of Appeals” funciona na baixa de Manhattan no “Thurgood Marshall U.S. Courthouse” e tem jurisdição sobre seis distritos nos estados de Connecticut, Nova Iorque e Vermont.
O 2.º Tribunal de Apelos foi criado pela Câmara dos Representantes em 1891 e inclui actualmente 13 juízes.
A juíza Maria Araújo Kahn nasceu há 57 anos na cidade de Benguela, em Angola, filha de pais portugueses: a mãe, Teresa Araújo, é natural do Porto, no norte do país, e o pai, Manuel Araújo, é de Vil de Souto, uma freguesia portuguesa do concelho de Viseu. Tinha dez anos de idade quando a família emigrou para os Estados Unidos da América, numa primeira fase para Waterbury, no estado de Connecticut. Mais tarde, os Araújo mudar-se-iam para a cidade de Filadélfia, na Pensilvânia, onde a hoje juíza faria a escola secundária.
A sua formação académica superior inclui um bacharelado em Ciências Políticas pela New York University, em 1986, e o doutoramento em Direito pela Fordham University, três anos depois.
Ex-procuradora federal e defensora pública, a carreira de juíza de Maria Araujo Kahn inicia em 2006 com uma nomeação para o Tribunal Superior de Connecticut pela então governadora republicana M. Jodi Rell; seria duas vezes promovida, no ano seguinte, por outro governador entretanto eleito, Dannel P. Malloy – para o Tribunal de Apelos e depois para o Supremo Tribunal, e sempre confirmada pela Assembleia Legislativa de Connecticut.
Ao reagir à nomeação, o senador Richard Blumenthal sublinhou o facto de “ter emigrado para os Estados Unidos” e de “constituir um exemplo para outros juízes em Connecticut, uma inspiração para todos a representar o melhor do nosso estado.”
A nomeação de Araújo Kahn avança agora para o Comité Judicial do Senado federal, de que aliás faz parte o senador Blumenthal; a ser aprovada, a juíza portuguesa demite-se então do cargo no Supremo Tribunal de Connecticut passando pela primeira vez para a jurisdição federal.
A juíza é casada com o médico Benjamin Kahn e tem ainda um irmão, Rui Araújo, cuja carreira está ligada ao ensino.