Primeiro Ministro alerta que “ninguém pode estar descansado face ao risco de incêndio”

O primeiro-ministro, António Costa, frisou dia 11 de Julho que ninguém pode estar descansado em Portugal quanto ao risco de incêndio, face à realidade da floresta no país.

Apesar de toda a “cadeia” de operações associada ao combate a incêndios estar “empenhada e mobilizada”, o primeiro-ministro admitiu que o contexto acaba por não ser favorável face à realidade da floresta no país e às alterações climáticas, que irão “aumentar todos os anos o risco”.

“É importante as pessoas perceberem que isto é um esforço de equipa”, notou, apontando para a necessidade de se avançar com a “reforma estrutural da floresta”, para que o país tenha “uma composição do espaço florestal que melhore o rendimento dos produtores e que permita que não haja um território só ocupado por eucaliptos e pinheiros (árvores de crescimento rápido, que aumentam o risco de incêndio)”.

“Temos que diversificar a composição daquilo que é a ocupação deste território para termos mais resistência. Esse é um trabalho fundamental”, vincou António Costa, que tem percorrido hoje diversos concelhos da região Centro para verificar no terreno os meios e recursos para o combate aos incêndios, numa semana que se prevê de altas temperaturas.

Em declarações aos jornalistas, António Costa referiu que o Governo irá reforçar a partir desta semana a campanha de sensibilização para comportamentos preventivos face ao risco de incêndio.

Em Aigra Velha, onde o Governo já tinha estado no final de Abril, o primeiro-ministro voltou a focar-se na responsabilidade individual de cada um, reiterando a necessidade de a população não ter comportamentos de risco.

O líder do Governo realçou que “os incendiários são uma parte pequena” das causas de incêndio, sendo a maioria uma consequência de “descuidos” que acabam por provocar ignições.

António Costa assumiu quase o papel de moderador, lançando perguntas e observações a várias das pessoas que compunham a comitiva em Aigra Velha, como foi o caso do presidente do ICNF, Nuno Banza, o presidente da Associação de Produtores Florestais de Góis, Vítor Duarte, o presidente da Câmara daquele concelho, Rui Sampaio, o presidente da protecção Civil, Duarte Costa, o presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes, ou o secretário de Estado das Florestas, João Paulo Catarino, num grupo que ainda contava com o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro.

Durante essa conversa mediada por Costa, alguns intervenientes discorreram sobre projectos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência e trabalho que tem sido feito na transformação da paisagem.

O ministro do Ambiente realçou que o ICNF, em conjunto com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), está a tentar criar o mercado voluntário de carbono nacional.