Projecto Ibéria. 2.ª Reunião Comunitária apresentou novidades aos residentes ainda não satisfeitos

Por ANGÉLICA PINTO | Newark

A segunda reunião comunitária relactiva ao polémico projecto de requalificação do antigo restaurante emblemático da Ferry Street “Ibéria”, teve lugar na passada terça-feira, dia 27 de Agosto, no salão nobre do Sport Club Português. No total, mais de 100 pessoas estiveram presentes no local, curiosas para saber mais sobre as alterações já feitas ao plano.

Inicialmente introduzida com algumas palavras do vereador Michael Silva – que foi responsável por incentivar a realização da mesma para dar uma oportunidade à comunidade local de saber mais sobre o tema e expôr as suas preocupações – a reunião apresentou algumas novidades quanto à fase 1 do empreendimento, face às anteriormente apresentada na reunião realizada em Outubro do ano passado.

Nesta nova actualização deixou de contar a transformação da Congress Street num espaço integrado onde existiria mais circulação de pedestres e onde até poderiam ser realizados eventos.

Inicialmente estava pensada a adopção de uma estética similar às ruas europeias, mas a ideia não agradou aos locais, que ressaltaram nas várias opiniões compartilhadas, que a rua não devia ser incluída nos planos de obra já que não foi comprada juntamente com os terrenos do antigo restaurante.

Muitas questões foram levantadas ao longo da reunião relativamente à real acessibilidade dos apartamentos prometidos neste projecto – que serão 280, representando os 20% exigidos pela lei – e a quem se destinarão estes já que a maior parte dos residentes nunca terá dinheiro para os conseguir pagar.

Segundo Jennifer Carrillo-Perez, advogada representante da empresa construtora Chess Builder, as rendas destas rondarão os $900 e $1,200, dependendo da sua tipologia. No entanto, revelou ainda, os construtores ainda não completaram os seus estudos a este respeito.

O estacionamento, a sobrelotação de escolas e outros serviços também estiveram na ordem do dia. Muitos participantes acusaram os construtores de direccionarem o projecto para residentes d de outras cidades ou estados mais caros que facilmente ocupariam os 590 lugares de estacionamento dos apartamentos, mais os 150 gratuitos previstos para visitantes dos negócios da Ferry Street.

Apesar da promessa de uma renovação do sistema de águas da cidade, com mais 75 anos, os residentes também se mostraram preocupados com possíveis danos resultantes das obras ou até com o simples facto de actualmente, várias zonas da cidade sofreram bastante com inundações. Muitos alertaram para a dificuldade já visível das equipas de socorro, como os bombeiros, de conseguirem ajudar nestas situações.

Foi ainda levantada a possibilidade de ser utilizado algum espaço do novo prédio para a criação de uma unidade médica, algo que os residentes têm pedido muito.

Foram novamente mencionados temas como a falta de estudos prévios relacionados com o trânsito local, já caótico sem os novos habitantes que ocuparão os 1.400 apartamentos; a altura exagerada das torres, que passará de 12 andares para 30 se for aprovada na reunião do conselho municipal a realizar-se no próximo dia 5 de Setembro; e os empregos para trabalhadores locais, seja durante a construção, como nos futuros negócios que ocuparão os espaços comerciais do projecto.

Mais uma vez, apesar de não respondidas na totalidade e após darem origem a um longo debate (entre residentes, membros de organizações locais e sindicatos), todas as questões e opiniões foram apontadas pelos representantes da Chess Builders, com a promessa de em uma futura próxima reunião já terem respostas concretas.