Projecto turístico luso-espanhol é motor da economia no Douro Internacional
Um projecto luso-espanhol tendo por base as águas protegidas do Douro Internacional, concelho de Miranda do Douro, leva àquele território cerca de 70 mil visitantes/ano, que deixaram 2,5 milhões de euros na economia local.
A parceria junta empresas privadas portugueses e espanholas e universidades de ambos os países, que colaboram com a Estação Biologia Internacional (EBI) do Douro,
“Entendemos que tínhamos de investir em qualidade e até triplicamos os investimentos nos últimos três anos. Suportamos a crise e conseguimos mesmo crescer”, explicou à Lusa o coordenador da EBI-Douro, David Salvador.
Segundo o responsável, à medida que vai crescendo o número de visitantes, que aproveitam um cruzeiro ambiental a bordo do navio-aula “Esqua”, a repercussão na economia local vai atingindo uma dimensão “assinalável”.
“O impacto gerado na economia local pelos passeios de barco é de 2,5 milhões de euros/ano, repartidos pela restauração, hotéis, artesanato e produtos endógenos”, assinalou.
Este projecto teve início em 1994, com pequeno barco quer fazia cruzeiros ambientais no troço do Douro Internacional entre as barragens do Castro (Espanha) e a de Miranda do Douro, ganhando escala ano após ano.
Em 2011, entrou em serviço uma segunda embarcação movida a energia eólica, que opera no largo da Sanabria (Espanha). Faz a ligação do ponto de vista ambiental com área protegida do Parque Natural de Montesinho, na região de Bragança e Vinhais.
David Salvador garante ainda que a parceria com entidades portuguesas é ” uma mais-valia para a EBI”, que conta também com a colaboração de entidades estatais como o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas ou a Direcção Regional de Cultura do Norte, além de autarquias da região.
Quem aproveita par sulcar as águas do “canhão do Douro”, onde a altura das escarpas pode chegar aos 250 metros, aprecia todo uma beleza natural rara e “não se sente defraudado, já que a fauna e flora da região são únicas” em toda a Península Ibérica.
“Era um sonho conhecer esta parte do Douro e [a deslocação] foi uma agradável surpresa, dada a valorização e conservação do património a valorização que está a ser efectuada. Este passeio poder igualmente suscitar nas crianças o respeito pela natureza”, enfatizou Zita Gonçalves, uma visitante oriunda do Porto.
Por seu lado, Izaskum Azunedi, uma turista deslocada de Madrid, destacou a paisagem do canhão do Douro, os ninhos de águia, a rota do contrabando, ou sistema agrícolas e pecuários em plenas arribas do rio ibérico.
Outro dos pontos altos da visita a esta região trans-fronteira é o espectáculo proporcionado aos amantes do turismo-natureza pelas aves rupícolas autóctones. Ou, então, espécies que vêm outros continentes, como águia americana de cabeça branca ou o urubu do Brasil.