PS, PSD e Chega avançam com candidaturas ao círculo Fora da Europa nas eleições legislativas de 10 de Março

Por HENRIQUE MANO | News

O presidente da Assembleia da Republica, Augusto Santos Silva, vai voltar a encabeçar a lista do PS (Partido Socialista) no círculo Fora da Europa – tal como aconteceu nas eleições legislativas de 2022.

Augusto Santos Silva, cabeça de lista do PS no círculo Fora da Europa

O segundo nome na lista socialista para a emigração é José Duarte Alves, que, ao que o LUSO-AMERICANO pôde apurar, já foi Presidente do Centro Cultural Português de Santos, na cidade do mesmo nome, no estado de São Paulo (Brasil) – onde também é Conselheiro das Comunidades Portuguesas. Alves está radicado no Brasil desde 1976 e é sócio-gerente da firma Joduarte Balanças e Refrigeração, Lda.

José Duarte Alves (PS)

São suplentes nesta lista do PS Maria João Grosso e Vítor Silva.

A arquitecta Francisca Beja, residente em Macau, também integra a lista do Partido Socialista por este círculo eleitoral Fora da Europa. A lista socialista foi aprovada a semana passada pela Comissão Política do partido.

Francisca Beja (PS)

Francisca Beja foi indicada pela secção do Partido Socialista em Macau e contou inclusive com o apoio do seu líder, Pedro Nuno Santos.

Já pelo PSD (Partido Social Democrata), encabeça a lista pelo círculo Fora da Europa o ex-secretário de Estado das Comunidades José Cesário.

José Cesário, cabeça de lista do PSD no círculo Fora da Europa

A lista social-democrata tem ainda Flávio Martins, do Brasil, em segundo, e, como suplente, Paula Medeiros (ex-emigrante no Canadá e agora radicada em Portugal).

Pelo lado do Chega, o partido de André Ventura começou por ir buscar o deputado António Maló de Abreu ao PSD para cabeça de lista pelo círculo Fora da Europa (que deveria candidatar-se como Independente pelo Chega) – depois de Maló de Abreu ter sido preterido no PSD por José Cesário.

António Maló de Abreu

O ex-deputado do PSD anunciou no passado dia 10 a sua saída do PSD e da bancada social-democrata.

Entretanto, numa saga política que dominou a actualidade a semana passada, o ex-deputado Maló de Abreu (depois da mudança para o Chega), anunciou que desistiria de integrar as listas do Chega às legislativas de 10 de Março, na sequência da polémica com a sua residência em Luanda.

“Comuniquei a quem de direito que não integrarei as listas do Chega, nem serei candidato a deputado. Porque sou um homem livre e dono do meu destino”, sublinha Maló de Abreu, numa declaração escrita enviada à agência Lusa.

A decisão surgiu na sequência da polémica criada após uma notícia da revista “Sábado”, segundo a qual Maló de Abreu (que passou recentemente a deputado não-inscrito depois de ter saído do PSD) recebeu cerca de 75 mil euros em subsídios e ajudas de custo por ter declarado residência em Luanda.

A “Sábado” noticiou que, apesar de ter residência em Luanda, Maló de Abreu viveu “maioritariamente entre Lisboa e Coimbra” ao longo desta legislatura.

Na missiva, enviada à Lusa, Maló de Abreu assegura que a sua vida profissional “passou e passará por Luanda” e que o seu “círculo afectivo, pessoal, familiar e social estão em Angola”, rejeitando ter recebido quaisquer subsídios abusivamente.

Quando foi confrontado com esta notícia, o presidente do Chega começou a sua resposta dizendo achar “estranho é o PSD não ter fiscalizado esta situação”.

“Acho estranho que um deputado de um partido como PSD tenha estado alegadamente a receber subsídios indevidos e ninguém tenha visto nada”, acrescentou.

Maló de Abreu manter-se-á como deputado sem filiação até às eleições de Março.

Numa conferência de imprensa, o líder do Chega anunciou ainda que Manuel Magno (advogado radicado no Brasil), que ocupou o segundo lugar da lista do PSD no círculo fora da Europa atrás de Maló de Abreu, vai igualmente integrar a candidatura do Chega pelo mesmo círculo eleitoral – passando, com a retirada de Maló, a cabeça de lista.

As eleições legislativas em Portugal (convocadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, após a demissão do Primeiro-Ministro António Costa) realizam-se dia 10 de Março em território nacional.

Os cidadãos portugueses residentes nos Estados Unidos e inscritos para votar nas suas área consulares devem receber por correio o seu boletim de voto com instruções do Comité Nacional de Eleições sobre como votar e devolver o envelope a Portugal.

Ao contrário das eleições presidenciais, não haverá mesa de voto nos Consulados de Portugal nos Estados Unidos para as eleições legislativas.

Maria João Ávila, pelo PSD, foi a única deputada de Emigração dos Estados Unidos a ocupar um lugar na Assembleia da República – tendo exercido funções de 2011 a 2015.

Apesar de haver uma vontade política claramente expressada pelas forças comunitárias no círculo fora da Europa, para que as listas incluam emigrantes (sobretudo como número 1 nas mesmas), esse desígnio tem sido largamente ignorado pelos partidos de esquerda e direita.

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