Putin é reeleito e adverte que Rússia não se vai deixar intimidar pelos seus adversários
O líder do Kremlin, no poder há quase um quarto de século, obteve mais de 87% dos votos quando mais de 99% das mesas estavam contadas.
Este foi o melhor resultado de Putin de sempre numa eleição em que a oposição foi excluída.
Dirigindo-se aos russos no final da noite de domingo, o líder agradeceu a todos os que foram às urnas e ajudaram a criar as condições para a “consolidação política interna”, dois anos após o início do ataque à Ucrânia e a adopção de sanções sem precedentes pelo Ocidente.
“Não importa quem nos quer intimidar ou quanto, não importa quem nos quer esmagar ou quanto (…), nunca ninguém conseguiu fazer nada assim na História. Não funcionou hoje e não vai funcionar no futuro”, disse o presidente russo, de 71 anos.
A oposição foi impedida de concorrer e organizar comícios, já que apoiavam a retirada das tropas da Ucrânia.
Os três dias de eleições, que decorreram entre sexta-feira e domingo, foram marcados por bombardeamentos ucranianos mortíferos e incursões de combatentes armados que se dizem russos pró-Ucrânia nas regiões fronteiriças, bem como por protestos nas assembleias de voto.
O presidente ucraniano descreveu Putin como um homem “embriagado pelo poder”, com a intenção de “governar para sempre”.
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, lamentou a falta de eleições “livres e justas” na Rússia, e os Estados Unidos criticaram as eleições realizadas em territórios ucranianos ocupados por Moscovo.
Por outro lado, os líderes da Venezuela, Cuba e Bolívia felicitaram Putin pela reeleição.
Luis Arce, presidente da Bolívia, enviou as “mais sinceras felicitações ao irmão Putin”, reeleito “com uma vitória retumbante que reafirma a unidade do povo corajoso em torno da sua soberania e desenvolvimento constante”.