Quem são os 12 jiahdistas portugueses que combatem o Ocidente?
São 12 os jihadistas identificados como tendo origem portuguesa, dá conta a edição do jornal Público esta semana. A mesma publicação traça o perfil destes radicais, que actuam, sobretudo na Síria e no Iraque.
Nos últimos tempos, a jihad islâmica tem vindo a assumir cada vez mais protagonismo pelas piores razões. Síria e Iraque vêm a servir de palco a uma guerra, não só mas também psicológica, contra o Ocidente, com as decapitações de soldados e jornalistas a assumirem-se como uma das mais potentes armas simbólicas usadas pelos jihadistas.
É que este movimento radical islâmico recruta, principalmente jovens, mundo fora, já não é um dado novo. É sabido, aliás, que o Reino Unido é um dos principais epicentros no que à angariação de novos combatentes diz respeito. Mas entre os jihadistas corre também sangue nacional. Segundo o Público, são 12 os elementos arrolados pela organização que têm origem portuguesa. Quem são eles?
Aaquela publicação traça o perfil a estes ‘soldados’. Na sua maioria, são filhos de emigrantes, têm menos de 30 anos e vivem na Europa. Dez são homens e duas são mulheres, sendo que nenhum deles tem qualquer tipo de relação com a comunidade muçulmana em Portugal.
Um destes radicais lusodescendentes, que vivia em França e cujos pais eram de Tondela, cometeu um atentado suicida a 22 de Maio, nos arredores de Bagdad, no Iraque.
Saliente-se que existe a possibilidade de outras mulheres, que adquiriram a nacionalidade lusa por via do matrimónio e que, como tal, têm passaporte português, integrarem as fileiras jihadistas.
Grã-Bretanha, Holanda, França e Luxemburgo são os seus berços e a maior parte é filha de portugueses do Norte do país que emigraram. Contabilizam-se ainda alguns membros oriundos de Angola e Guiné-Bissau.
Não há registo de que qualquer um destes jihadistas tenha regressado, a título definitivo, a Portugal. E, tendo em conta, por outro lado, que não há indícios de doutrinamento em território nacional, especialistas indicam ao Público que o risco de um atentando no país é “moderado”.
Entretanto o Expresso escreve que em Menbij, no nordeste da Síria, junto à fronteira com a Turquia, está outra portuguesa. Ângela. Ali chama-se Umm. O marido também não é Fábio. É Abdu. Ele cresceu na linha de Sintra, nos arredores de Lisboa. Ela na Holanda, para onde os pais alentejanos emigraram. Ele já está na Síria há mais de um ano. É jihadista, combatente nas fileiras do exército radical do Estado Islâmico (EI). Ela chegou lá este mês. Nunca se tinham visto, mas já estavam noivos há vários meses no Facebook. Através da rede social partilharam radicalismos e ambições de vida: são ambos muçulmanos convertidos, extremistas, defensores do califado islâmico, adversários do Ocidente e dos países “infiéis”. E são ambos portugueses.
Em três anos, a guerra síria atraiu cerca de 2800 combatentes estrangeiros. Nos últimos meses começaram a chegar as noivas da guerra santa. Em Al-Bab, a norte de Alepo, os rebeldes abriram em julho um posto onde se registam as mulheres solteiras e viúvas que querem casar com os mujahedin. A notícia foi avançada pela agência Reuters, mas Ângela, 19 anos, não precisou dessa informação. Como qualquer adolescente combinou tudo pela internet. Fugiu a 9 de agosto, casou a 10.
Ângela comenta a Jihad nas redes sociais, Fábio vai para a frente de combate. Fonte ligada aos serviços de informação portugueses coloca-o na brigada Kataub al Muhajireen do EI, constituída apenas por combatentes de países ocidentais, como a Grã-Bretanha, Alemanha, França ou Dinamarca. Ao seu lado há pelo menos mais três portugueses: dois irmãos, de 26 e 30 anos, que como Fábio, cresceram na linha de Sintra; e um jovem de Quarteira, de 28 anos. São amigos no Facebook e irmãos de armas na frente de guerra. Os quatro converteram-se ao islamismo quando estavam emigrados nos arredores de Londres e daí partiram para a Síria. O algarvio terá sido ferido com gravidade nas pernas há alguns meses e ainda não regressou ao combate. Os restantes mantêm-se activos.
As autoridades portuguesas recusam-se a fornecer as identidades dos homens e mulhares que, convertidos ao islamismo se encontram em países islâmicos, aparentemente ao lado de facções que combatem o Ocidente. Contudo, o número apontado pelo Público, de uma dúzia pode ser bem superior. Quanto aos motivos do recrutamento, muitos podem ter a ver com alguma rebeldia social face a situações sociais. Desemprego, corrupção e outras razões poderiam ter motivado os jovens portugueses a aderir à Jihad.