RECUPERAÇÃO ECONÓMICA E COMBATE À PANDEMIA DEVEM SER PRIORIDADES DA NOVA ADMINISTRAÇÃO – DIZEM LUSO-ELEITOS

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

O ano de 2021 está à porta. As dificuldades amontoam-se, não obstante o advento das vacinas contra a COVID, não apenas em nossas casas, mas também nas secretárias dos decisores políticos de quem tantas vezes todos nós – para bem ou para mal – dependemos.

Na óptica do ‘mayor’ de Kearny, NJ, o luso-americano Alberto Santos, as prioridades do ano devem prender-se com a pandemia. “O governo federal deverá garantir uma distribuição o mais rápida e amplamente possível de vacinas, nem que para isso tenha que recorrer à Guarda Nacional”, afirma Santos, ouvido pelo jornal LUSO-AMERICANO. “A nova administração também deverá enfrentar o impacto económico da pandemia, que resultou na perda de 22 milhões de postos de trabalho – dos quais apenas metade se recuperaram”.

O ‘mayor’ de Kearny, NJ, Alberto Santos

Como fazê-lo? “Mantendo níveis estáveis de impostos, negociando acordos comerciais justos e a investir em substanciais projectos de investimento em infra-estruturas, tal como um novo túnel a ligar New Jersey a Nova Iorque”, sugere o ‘mayor’ de Kearny.

As questões ambientais também preocupam Santos. “Em 2020 perdemos milhões de acres de floresta para os incêndios, alguns a durarem durante semanas”, aponta. “Para reduzir a emissão de gases poluentes, deveríamos estimular a produção de veículos eléctricos e implementar um programa de redução de emissões de carbono”.

O recém-eleito deputado estadual Jake Oliveira, de Massachusetts – que toma posse dia 6 de Janeiro em Boston, também prevê que Biden se vá focar na gestão da pandemia e na recuperação económica. “Espero que a nova administração trabalhe em conjunto com o Congresso para desenvolver um pacote de ajuda aos governos locais e estaduais”, diz, “sem o qual lhes será muito difícil enfrentar esta situação”.

O deputado estadual eleito Jake Oliveira (D-MA)

Já em Long Island, estado de Nova Iorque, o vice-‘mayor’ de Mineola, Paulo Pereira, revela “fé e confiança de que 2021 será melhor, além de ainda não estarmos livres desta pandemia”. Notando o amargo clima político que se viveu este ano, o político acredita que “provavelmente será mais fácil alcançar o fim da pandemia do  que o das nossas divisões. Espero que o caos que tem marcado este ano, tanto na área da saúde pública como na do discurso civil, acabe com a esperança que a vacina contra a COVID-19 nos traz e também com a promessa de uma nova administração a comandar o nosso país. Mesmo com as nossas diferença, tenho toda a fé que queremos as mesmas coisas… saúde, paz e amor.”

Paulo Pereira, vice-‘mayor’ de Mineola, NY

Para o jovem vereador Jack de Oliveira, do município de Naugatuck, em Connecticut, em 2021 “vamos continuar a enfrentar este vírus e a trabalhar para restaurar a normalidade no seio das nossas comunidades. Para esse fim”, sublinha, “é importante estarmos unidos e respeitarmos os limites implantados. De outra maneira, falharemos”.

Da nova administração que a 20 de Janeira toma posse, espera sobretudo “previsibilidade”. Com “consistência e uma estratégia coesa, a nível estadual e local conseguiremos planear melhor o futuro”.

No condado de Westchester, a norte do estado de Nova Iorque, o vereador Tony Gonçalves, de Lewisboro, lembra que 2020 foi um ano “ímpar durante toda a minha vida, com a COVID-19 a obrigar-nos a sérios reajustamentos na nossa existência”.

Tony Gonçalves, vereador em Westchester, NY

A chegada de uma nova administração vai, na sua perspectiva, “procurar um novo olhar, mais sério e atento, po parte da liderança do país, no que respeita às nossas alianças globais”.

Gonçalves também espera que Biden dê ouvidos a experts nas mais variadas áreas como forma de pôr a funcionar os diferentes braços governamentais, “por forma à criação de políticas de orientação que beneficiem o povo americano e a afirmação da nossa economia não mundo. Desse ponto de vista, acredito que vamos recuperar a credibilidade e liderança mundiais de que sempre gozámos”.

O legislator local termina lembrando ainda a importância da defesa de um sistema de assistência médica acessível a todos e de criação de empregos, esperando que a nova administração norte-americana aposte fortemente nessas áreas.