REPÓRTER DA CBS EM NOVA IORQUE COM RAÍZES EM ARCOS DE VALDEVEZ FAZ JORNALISMO NA LINHA DA FRENTE
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO | Nova Iorque
O luso-descendente John Dias acorda às 2:30 da manhã e, por volta das 5:00, dependendo do alinhamento do telejornal de uma das emissoras noticiosas de referência nos Estados Unidos – a CBS – entra em casa de milhões de telespectadores.
Dias, neto de um imigrante de Arcos de Valdevez que trocou o Minho por Centereach, em Long Island, na década de 50, é um dos rostos da notícia na emissora televisiva que emite dos seus estúdios da 57.ª Rua em Manhattan para milhares de estações afiliadas em todo o país.
Os jornalistas e operadores de câmara têm hoje, em tempo de pandemia, uma função vital: fazer chegar informação séria e confiável. A COVID-19 também alterou o modus operandi da imprensa e John Dias está ciente disso: “Temos, por exemplo, de respeitar a regra do distanciamento social. Na CBS, os jornalistas até dos repórteres de imagem mantém a distância exigida. Grande parte dos profissionais de TV estão a recorrer a plataformas como o Skype e FaceTime para fazer entrevistas de casa ou então temos microfones instalados em longas varas para não nos chegarmos perto dos entrevistados. E claro que usamos máscaras e estamos sempre a higienizar o nosso equipamento.”
❝NA CBS, OS JORNALISTAS ATÉ DOS REPÓRTERES DE IMAGEM MANTÉM A DISTÂNCIA EXIGIDA❞
➔John Dias, repórter CBS New York
O jornalista é neto paterno do minhoto João Dias, de 88 anos e natural de Arcos de Valdevez, ainda a residir na região metropolitana de Long Island. O pai, John Dias, primeira geração luso-americana, faleceu recentemente com um grande remorso: “Nunca ter ido a Portugal”, conta uma pessoa de família ao LA. “O pai do John tinha uma irmã que, depois da sua morte, resolveu fazer ela a viagem pelo irmão. Veio de lá tão satisfeita que agora fala em comprar casa no Minho para passar a reforma.”
O repórter da CBS diz ter herdado do avô – e da costela lusa – o sentido de “trabalho árduo. Foi o que sempre me disseram tanto ele como o meu falecido pai: continua sempre a trabalhar arduamente. O meu avô emigrou sem saber falar inglês e sobreviveu; quando tive de deixar a família para assumir o meu primeiro emprego como repórter televisivo em Colorado, lembrei-me do exemplo dele… Se foi capaz de emigrar para a América, eu também podia dar aquele passo. O que acabou por ser bom para mim! Hoje o meu avô vê-me nas notícias todos os dias e, quando me cruzo com ele, diz o mesmo: continua a trabalhar.”
❝ESTOU SEMPRE A DIZER QUE O MEU NOME É COM ’S’, NÃO ‘Z’. É QUE SOU PORTUGUÊS E COM ORGULHO❞
➔John Dias, repórter CBS New York
O jornalista conta que, com frequência, lhe trocam as letras ao apelido… “Perguntam-me sempre as origens do meu nome. E, claro, escrevem-no mal, com ‘Z’. ‘É com ’S’, tenho de estar sempre a corrigir.’ É que sou português e com orgulho.”
Já com uma nomeação ao Emmy na carreira, John Dias reconhece quão importante é hoje o papel de informar. “Um colega meu de curso disse-me uma vez que o jornalismo é o primeiro esboço da História. Não podia ser mais verdade! Estamos a viver uma era histórica e tenho muita honra e privilégio em estar como jornalista na linha da frente.”
JOHN DIAS
Perfil: jornalista
➝Juntou-se à equipa noticiosa da CBS em Nova Iorque (canal 2) em Novembro de 2017.
➝Formou-se como aluno de quadro de honra pela University at Albany SUNY em duas áreas: Jornalismo e Comunicação. Enquanto estudante universitário, foi ‘web producer’ para a News10 ABC in Albany.
➝O seu primeiro emprego levou-o à KREX-TV em Grand Junction, Colorado, onde fez coberturas das mais variadas temáticas.
➝Passou ainda pela rede News 12, em Long Island, onde trabalhou durante 5 anos.
➝Nasceu em Long Island e frequentou o liceu Sachem High School, vivendo presentemente no bairro de Upper West Side, em Manhattan.