ROSTOS DO FOLCLORE PORTUGUÊS NA AMÉRICA: MARGARIDA OLIVEIRA
• Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
👤IDADE: 26 anos
👤LOCAL DE NASCIMENTO: White Plains, NY; vive presentemente em Ansonia, CT
👤ORIGENS PORTUGUESAS: A mãe é de Carralcova (Arcos de Valdevez) e o pai de Viana do Castelo
👤EMPREGO: Depois de se ter formado em Contabilidade no The College of Westchester e no Iona College, trabalha agora a tempo-inteiro numa empresa em Stamford, a Waypoint Residential
👤EXPERIÊNCIA NO FOLCLORE: Já dança há 18 anos e está no ‘Beleza do Minho’ há 5, onde também é tesoureira.
🗞ENTREVISTA
LUSO-AMERICANO: Qual é a importância para ti de te manteres ligado às raízes portuguesas?
MARGARIDA OLIVEIRA: Na minha óptica, é uma forma não apenas de celebramos a cultura que trazemos no sangue, como de passá-la às gerações vindouras. Fazendo parte do rancho, também dou continuidade a uma longa tradição da minha família materna – os Dias. A minha mãe sempre me disse que éramos todos dançarinos – até os meus avós. Muito embora nunca tenha tido a oportunidade de dançar para eles, sempre que o faço, sinto o seu espírito perto de mim; é uma forma de os ter perto.
LA: O que é que, como português, te deixa mais orgulhoso?
MO: Sem dúvida o facto de ser filha de dois imigrantes minhotos que me incutiram sempre o espírito de que temos de trabalhar arduamente para alcançar os nossos objectivos. Os meus pais vieram muito jovens para a América e conheceram-se cá, onde formaram família; quiseram para os filhos uma vida melhor do que aquela que tinham tido. Estou tão grata por me terem criado num lar repleto de tradições portuguesas e por me terem exposto às comunidades de Yonkers e Mt. Vernon, onde pude aprender português e fazer amizades entre os nossos.
LA: Qual é a tua palavra favorito em português?
RA: Orgulho. Por ser precisamente o que sinto como luso-americana que sou; tenho orgulho ao dançar o nosso folclore, ao representar o Minho das minhas origens. O orgulho é a tradução do nosso carácter forte e o espelho da nossa alma.
LA: Qual é a figura portuguesa que mais admiras, actual ou do passado?
RA: Vou ter de mencionar duas – Eusébio e Amália Rodrigues. O Eusébio por ter sido o maior jogador de Portugal e do Benfica de todos os tempos; foi um exemplo de dedicação e de como ultrapassar obstáculos na vida. O meu pai, que o idolatrava, teve o privilégio de o conhecer uma vez e disse-me que era o ser mais modesto e simpático. Já a Amália foi a maior embaixadora do fado pelo mundo. Soube combater o fascismo à sua maneira, assumindo-se como a voz do povo. Ainda hoje é uma inspiração para a nova geração de fadistas. Tanto um como outro vieram de origens humildes e tiveram o mundo a seus pés.