RUI BANDEIRA: DE REGRESSO AOS EUA, A CELEBRAR 25 ANOS DE CARREIRA E 50 DE VIDA 

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Na sua mais recente passagem pelos Estados Unidos, o compositor e intérprete Rui Bandeira, de 50 anos e 25 de carreira, falou em exclusivo ao LUSO-AMERICANO, numa entrevista concedida na sede do jornal em Newark.

A comemorar um quarto de século de actividade artística, o cantor, nascido em Moçambique, deu dois espectáculos na Costa Leste – na Casa do Benfica de Newark e nas Portas da Cidade de Fall River, MA – agenciado pela primeira vez pela JOCRIS Productions, da dupla João Conceição e Cristina Fino.

Foto: CORTESIA RUI BANDEIRA | O intérprete Rui Bandeira, que fez 50 anos de vida e 25 de carreira

“Foi muito bom poder regressar a esta região, onde não venho todos os anos mas venho com alguma frequência”, disse Rui Bandeira, que aproveitou para dar um salto à ‘Big Apple’ ali ao lado, “e visitar Nova Iorque, Times Square, Quinta Avenida, que era algo que só via na TV e tinha o desejo de conhecer”.

Nas deslocações às comunidades portuguesas na diáspora, Bandeira tem “a preocupação de cantar aquelas músicas que são referência na minha carreira”, nota. “Tenho canções que não posso deixar de cantar – como a “Como tudo começou”, que me levou ao Festival da Canção e me deu a conhecer aos portugueses de um modo geral há 25 anos. Depois, tenho outras canções que ficaram na memória das pessoas, como “Coração Esquecido”, “Deus abençoa nosso amor”, mas também acho que é importante – para além dessas que estão no imaginário das pessoas – cantar o que tenho feito recentemente. É importante cantarmos o passado e o presente”.

Foto: CORTESIA RUI BANDEIRA | O cantor e compositor num dos muitos programas de TV a que é convidado a participar

Agora com a editora “País Real”, Rui Bandeira passou por uma espécie de metamorfose durante a COVID-19, período em que se reinventou musicalmente, mudou de visual e começou a compor as próprias canções – tornando-se um cantautor.

Talvez por influência do avô, que foi artista em África, aos 8 anos começou a estudar música numa escola em Odivelas (“a minha mãe toca piano”, acrescenta). E aos 15 começa a levar aquela dinâmica mais a sério, ao ingressar numa igreja evangélica e a cantar nos cultos, acabando mesmo por formar uma banda de carácter religioso.

Foto: CORTESIA RUI BANDEIRA | Rui Bandeira nas instalações do jornal LUSO-AMERICANO em Newark, NJ, com a dupla da produtora JOCRIS que o trouxe aos EUA – João Conceição e Cristina Fino

Em 1999, ganha o passaporte para ir ao concurso Eurovisão representar Portugal em Jerusalém (Israel), percebendo por fim que “a minha vida era mesmo a música”.

O pai da cantora Bárbara Bandeira, que trabalha num registo mais pois, pôs no mercado o seu mais recente trabalho discográfico – “Mais Eu” – estava ainda na “Espacial”, com “12 faixas inteiramente de minha autoria”.

Apesar de se achar “um cantor romântico”, Rui Bandeira acrescenta: “sou muito pouco de rótulos e serei sempre [um cantor romântico]. Desde que me lembro, sempre cantei o amor, não de uma forma lamejas, mas de uma forma positiva, e não só o amor de um homem por uma mulher, mas de um pai por um filho, de pessoas que nos são próximas. Gosto muito de cantar os sentimentos, a amizade, companheirismo”.

Diz ainda “ser o mais verdadeiro possível e, nesse aspecto, sou um artista muito transparente, não é muito difícil perceberem aquilo que me vai na alma”.

Relembra também a sua passagem pelos IPMA (International Portuguese Music Awards), que considera “das festas mais bonitas da vida comunitária que existem no mundo, está a um nível muito alto e que orgulha os portugueses na América e em todo o mundo”.

A quem o ouve e segue pelo mundo, deixa um recado: “muito obrigado. Não faz sentido ser artista se não houver público, se não houver pessoas que gostem de nós”.