RUI COSTA: ‘Jesus saiu devido a quebra de relação com o plantel’
O presidente do Benfica, Rui Costa, confirmou quarta-feira um desentendimento entre o futebolista Pizzi e o treinador Jorge Jesus, que abandonou o clube devido “a uma consequência de episódios” que culminaram numa “quebra de relação”.
Em entrevista ao canal dos ‘encarnados’, Rui Costa contou todo o processo que levou à saída do técnico português, de 65 anos, abordou o apoio do plantel a Pizzi, mas salientou que, contudo, o jogador não foi o responsável pela saída do treinador, assegurou o dirigente.
“De facto, houve essa desavença entre jogador e treinador, que se deram sempre super bem, ao qual a equipa manifestou apoio ao Pizzi. Após esse incidente, o que fiz foi coordenado com Jorge Jesus. O Pizzi não foi excluído até final da época, foi apenas um castigo naquele dia”, começou por explicar Rui Costa, de forma pormenorizada.
Contudo, acrescentou, “o que depois levou à saída de Jorge Jesus não foi a questão Pizzi”, mas sim o facto de os jogadores terem ficado “do lado de lá e não do lado de cá, até porque o incidente acontece no jogo com o FC Porto, onde Jorge Jesus nem sequer estava no balneário”, percebendo então o técnico “que há uma quebra na relação”.
Desta forma, Rui Costa e Jorge Jesus chegaram “à conclusão de que todo o caminho dali para a frente seria mais complicado”, num mês de Dezembro de “extraordinária dificuldade”, com duros desaires frente aos rivais Sporting (3-1) e FC Porto (3-0 e 3-1).
“Se calhar, exigia-se logo uma explicação da minha parte. Não quis criar mais atrito à volta da situação e preparar o melhor possível a equipa para o jogo do campeonato. Não queria tirar o foco ao novo treinador, falando só do que aconteceu antes”, frisou.
Também a história relacionada com o alegado interesse do clube brasileiro Flamengo no regresso de Jorge Jesus, tendo mesmo existido reuniões entre as partes, foi falada por Rui Costa, que falou num “massacre diário” e em que revelou ter pedido a Jorge Jesus para “limpar a cabeça” e dizer peremptoriamente que queria continuar no Benfica.
“Isso foi cumprido à regra e o João de Deus, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo, disse isso mesmo. A vontade de Jorge Jesus era cumprir o contrato até ao fim. Esse compromisso foi feito e respeitado na íntegra pelos dois. Tanto foi respeitado que quando Jesus saiu, o Flamengo já tinha um novo treinador”, realçou Rui Costa.
Jesus foi sugerido ao Barcelona antes de regressar ao Benfica
Entretanto, o nome de Jorge Jesus terá sido sugerido pelo empresário Bruno Macedo ao Barcelona quando o técnico ainda estava no Flamengo.
Bruno Macedo foi o responsável por colocar Jesus no clube carioca em 2019, apesar de na altura o técnico ser agenciado por Pini Zahavi.
A imprensa nacional revela esta terça-feira mais algumas das escutas presentes na investigação ‘Cartão Vermelho’, do Ministério Público e nu-ma das conversas presentes nessas escutas, conta o jornal ‘Record’, pode ouvir-se o empresário – que mais tarde viria a estar também envolvido no regresso do treinador ao Benfica – a referir , em Fevereiro de 2020, a possibilidade de colocar Jorge Jesus em Espanha, mais concretamente no Barcelona.
Jorge Jesus nunca escondeu o sonho de treinar um ‘colosso’ europeu e que no início de 2020 o seu nome chegou mesmo a ser apontado como estando entre os possíveis sucessores de Ernesto Valverde no leme do Barça, tendo o clube catalão acabado por apostar, na altura, em Quique Setién.
Algum tempo depois, em entrevista à TSF, Carlos Padrão, antigo guarda-redes e amigo pessoal de Jesus, revelou também que houve um candidato à presidência do Barça nas últimas eleições do clube catalão que contactou Jesus e que com ele estabeleceu mesmo um princípio de acordo, mas que acabou por ser derrotado por Joan Laporta nesse ato eleitoral.