Rússia adverte os EUA “de forma clara e dura” contra a instalação de armas nucleares táticas no território do Reino Unido
A Rússia advertiu os EUA da forma mais clara e dura possível” contra a instalação de armas nucleares tácticas no território do Reino Unido.
“No que diz respeito à questão do hipotético regresso das armas nucleares tácticas norte-americanas ao território do Reino Unido, gostaria de os advertir da forma mais clara e dura possível contra um passo tão desestabilizador”, disse Sergei Riabkov, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
O representante russo sublinhou que “nem a segurança do Reino Unido nem a dos Estados Unidos serão reforçadas por essa medida”.
Riabkov negou que exista “qualquer tipo de efeito de intimidação” em relação à Rússia, mas considerou que tal medida “aumentaria o nível geral de escalada e de ameaças na Europa”.
“O potencial [nuclear] do Reino Unido está numa tendência ascendente.
Presumimos que, apesar da experiência bastante triste dos últimos anos em Londres e Washington, do ponto de vista da garantia da segurança europeia, os maiores defensores [dessa estratégia] não tiraram quaisquer lições disso, pelo que esse cenário [utilização de armas nucleares táticas] é inteiramente possível”, acrescentou.
Tais declarações surgiram após o jornal britânico Daily Telegraph, ter noticiado este fim-de-semana, que os EUA estão a planear instalar armas nucleares no Reino Unido, pela primeira vez em 15 anos, devido à ameaça da Rússia.
Documentos do Pentágono a que o jornal britânico teve acesso indicam que tencionam colocar bombas nucleares três vezes mais potentes do que as utilizadas em Hiroshima (Japão) durante a Segunda Guerra Mundial, na base aérea de Lakenheath, em Suffolk, no leste do Reino Unido.
Washington retirou todas as valências nucleares em solo britânico no ano de 2008, por considerar que o perigo da Guerra Fria tinha passado.
O jornal acrescentou ainda que as obras de construção de uma nova residência para as tropas norte-americanas terão início já em Junho deste ano.
Em 2023, a Rússia instalou armas nucleares táticas na Bielorrússia, país vizinho e o seu principal aliado na campanha militar russa na Ucrânia, iniciada em Fevereiro de 2022, como forma de dissuasão contra o avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) a leste.