SALA JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS “É ESPAÇO NEUTRO ABERTO ÀS COMUNIDADES”, LEMBRA CÔNSUL-GERAL PEDRO MONTEIRO

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

O Consulado-Geral de Portugal em Newark, New Jersey, existe sobretudo para o atendimento ao público, que ali se desloca para a obtenção de cartões de cidadão, certificados, entrega de documentos, registo civil, notariado, passaporte ou de vistos. No entanto, aquela presença oficial portuguesa não se resume “só a um espaço administrativo, mas também de cultura, debate e apresentação de eventos comunitários”, sublinha o cônsul-geral Pedro Monteiro, em declarações ao jornal ao LUSO-AMERICANO.

Foi para ir ao encontro desse objectivo, “e dar um sinal de abertura”, que o Consulado-Geral criou a Sala José Rodrigues Miguéis, “inaugurada aquando da recente visita da Secretária de Estado das Comunidades [Berta Nunes] a Newark.”

O espaço, com capacidade para um máximo de 40 pessoas, tem estado a ser utilizado para eventos ligados à cultura – lançamentos de livros, como sucedeu com Hugo dos Santos e Bruno Vieira Amaral “e outras acções ligadas à cultura regional centradas, por exemplo, no Alentejo e na azulejaria.”

Apetrechada com livros, um projector de imagens, cadeiras, uma mesa e uma secretária, a sala inclui ainda um mural em azulejos da Viúva Lamego instalado na parede que Pedro Monteiro diz constituir “uma espécie de bandeira cultural portuguesa, a reflectir a riqueza do país.”

O Consulado-Geral, que ocupa dois andares do ‘Legal Center’ na baixa de Newark, quer ainda que a sala seja utilizada para conferências, pequenos seminários e até sessões de debate para além da tónica cultural. “Pode servir para encontros de empresários e de elementos das nossas comunidades”, nota Monteiro. “Era uma área das instalações que estava um pouco desaproveitada e que pode ser um espaço neutro e oficial de prestígio para usufruto de todos.”

José Rodrigues Miguéis nasceu em 1901 em Lisboa e viria a falecer em 1980 em Nova Iorque, onde viveu cerca de 40 anos, “tendo sido um dos grandes escritores portugueses da diáspora, hoje infelizmente um pouco esquecido, afirmando-se como uma voz única na literatura portuguesa, que abordou muito os temas do exílio e do retorno”, sublinha Pedro Monteiro, “razões pelas quais decidimos homenageá-lo ao dar o seu nome à sala.”