SÃO IRMÃOS E VESTEM A FARDA DE POLÍCIA NA 4.ª MAIOR CIDADE DO ESTADO DE NOVA IORQUE

Por HENRIQUE MANO | LUSO-AMERICANO

Aos 33 anos, Rui Sousa envergou pela primeira vez a farda de polícia. Apesar de ter decidido um tanto tarde pelo caminho no universo da lei e da ordem, está certo de que fez a opção certa. “Foi em conversa com um agente do FBI que comecei a pensar mais a sério nesta profissão”, conta Rui Sousa, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Apercebi-me de que tinha muito a ganhar ao ser polícia e que esta era a minha vocação.”

Contratado pela Polícia de Yonkers em 2018, passou pela Academia de formação do condado de Westchester e logo depois começou a patrulhar as ruas do Bairro 3 de Yonkers, a 4.ª cidade mais populosa do estado de Nova Iorque, com pouco mais de 200 mil habitantes.

Aos 33 anos, Rui Sousa envergou pela primeira vez a farda de polícia. Apesar de ter decidido um tanto tarde pelo caminho no universo da lei e da ordem, está certo de que fez a opção certa. “Foi em conversa com um agente do FBI que comecei a pensar mais a sério nesta profissão”, conta Rui Sousa, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Apercebi-me de que tinha muito a ganhar ao ser polícia e que esta era a minha vocação.”

DOIS IRMÃOS, UMA CARREIRA

Na mesma altura, o irmão Adam, três anos mais novo, fazia exactamente a mesma jornada – tornando-se também agente por volta dos 30.

“Os nossos pais claro que se preocuparam com esta escolha de trabalho”, nota Rui Sousa, “mas depressa perceberam que era aquilo em que nos sentíamos úteis e realizados a fazer, por tal, também contamos com o seu apoio.”

A Polícia de Yonkers, cujos primórdios recuam ao ano de 1866, congrega hoje cerca de 611 agentes, repartidos por quatro esquadras.

Rui, 37, à semelhança do irmão, nasceu em Bronxville, NY, filho de emigrantes da região de Leiria, no Centro de Portugal. Cresceu em Yonkers e frequentou o Saunders High School, enquanto que Adam fez o Charles E. Gorton. “A nossa infância/adolescência foi tipicamente portuguesa”, reconhece. “Os nossos pais levavam-nos ao Centro Português e, para além de se falar português em nossa casa, a gastronomia também era inspirada na terra deles. Quando era miúdo expressava-me mais em português, mas continuo a entender muita coisa.”

A última ida a Portugal já foi há 15 anos, diz. A azáfama do trabalho de polícia não permite mais.

“Quando entrei para a polícia, surpreendeu-me o volume de conhecimento que é necessário para se exercer esta profissão; é claro que na Academia recebemos treino que nos prepara para várias situações, mas é na prática que aprendemos a lidar com todas elas.”

AS VANTAGENS DE SER BILINGUE

Ser bilingue ajuda, “sobretudo numa cidade como Yonkers. E ter noções de português facilita-me no tocante ao espanhol.”

O luso-descendente diz não querer estagnar como agente de patrulha, “espero um dia poder passar os exames de admissão a sargento e ir subindo hierarquicamente.”

Deixa como conselho “a quem estiver a pensar em seguir carreira, que o faça. É uma profissão muito nobre e gratificante. Para além de estarmos a fazer o que gostamos, também ajudamos a manter a paz e a ordem públicas.”

Adam Sousa está afecto à Esquadra 4 e também espera um dia ocupar um cargo de chefia. “Chegar a sargento, por exemplo. Vamos ver o que o futuro me reserva.”

Adam Sousa está afecto à Esquadra 4 e também espera um dia ocupar um cargo de chefia. “Chegar a sargento, por exemplo. Vamos ver o que o futuro me reserva.”

O irmão Adam ainda chegou a trabalhar na banca enquanto fazia os primeiros anos de universidade, “mas em conversa com o Rui decidimos ir para a Polícia. Não me arrependo: para além das regalias de carreira que oferece, é um emprego onde estamos em posição de ajudar os outros.”

Adam Sousa está afecto à Esquadra 4 e também espera um dia ocupar um cargo de chefia. “Chegar a sargento, por exemplo. Vamos ver o que o futuro me reserva.”

Fachada da esquadra principal da Polícia de Yonkers, NY

REATAR A LIGAÇÃO A PORTUGAL

O agente luso-americano não pensa, contudo, em louros nem se preocupa com o facto de grande parte das boas acções praticadas a nível diário pela polícia não chegarem à esfera pública. “Estou indiferente a isso, fazê-mo-lo porque é o nosso trabalho e porque é a coisa certa. É nisso que estou focado.”

Adam espera reatar em breve o elo de ligação a Portugal e levar lá a filha mais velha “quando crescer mais um bocado. Quero que conheça as praias, as festas e tudo o mais. Por enquanto, com três filhos, as grandes viagens são mais difíceis.”