Seis detidos em acção da PJ que desmantelou organização de imigração ilegal em Lisboa
A Polícia Judiciária (PJ) deteve seis pessoas na região de Lisboa no âmbito de uma operação que desmantelou uma organização criminosa de imigração ilegal que operava em vários países da Europa. Em comunicado, a PJ indica que a Unidade Nacional Contra Terrorismo daquela polícia realizou uma operação policial destinada ao desmantelamento de uma organização com actividade criminosa que operava em Portugal, França, Espanha e Alemanha suspeita de crimes de associação criminosa, tráfico de pessoas, auxilio à imigração ilegal e falsificação de documentos.
Segundo a PJ, a rede agora desmantelada proporcionava a imigrantes em situação irregular em toda a Europa a possibilidade de se deslocarem a Portugal no sentido de regularizar a sua situação junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras com vista à obtenção de autorizações de residência, na sua grande maioria recorrendo a documentos falsificados.
A PJ sublinha que a operação policial foi desenvolvida em várias fases, com a execução e cumprimento de 18 mandados de busca domiciliária e seis mandados de detenção emitidos pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, tendo esta acção incidência no centro de Lisboa, Vila Franca de Xira e margem sul do Tejo.
Aquela polícia avança também que foi feita fiscalização a estabelecimentos hoteleiros ligados à rede criminosa e que acolhiam imigrantes ilegais, tendo ainda as autoridades realizado abordagens na estrada a viaturas que transportavam imigrantes ilegais e que se preparavam para entrar em Portugal.
Esta operação envolveu a participação de cerca de 110 inspetores da Policia Judiciária, contando ainda com o apoio do SEF e da ASAE, além de elementos dos países intervenientes nesta Joint Investigation Team (JIT).
A investigação foi iniciada em Portugal em fevereiro de 2022 e resultou de uma estreita cooperação com as autoridades judiciárias europeias, assumindo a EUROJUST, através de uma JIT, a coordenação das diferentes investigações, com o apoio da Europol.
A investigação, cujo inquérito é dirigido pelo DIAP de Lisboa, permitiu identificar 337 transportes entre Lisboa-Paris-Lisboa, no total de mais de 6000 imigrantes ilegais.
A PJ adianta ainda que os detidos vão ser presentes ao juiz de instrução para primeiro interrogatório judicial e consequente sujeição às medidas de coação.
Fonte policial disse à Lusa que em causa está a plataforma eletrónica Sistema Automático de Pré-Agendamento (SAPA) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, que permite aos imigrantes pedirem uma manifestação de interesse junto do SEF para obter uma autorização de residência e desta forma circularem na União Europeia com base em supostos contratos de trabalho.