Sem eventos devido à pandemia. um ano atípico em revista
Solidariedade marcou a vida de clubes e organizações em 2020
O ano de 2020 vai ficar na nossa história. Por um lado foi a pandemia que obrigou clubes e associações a uma mudança brusca do seu dia a dia, com repercussões drásticas na sua vida. Alguns não resistiram mesmo e encerraram portas, foi o caso da União Desportiva Ferreirense na cidade de Newark.
Como resultado dessa alteração, foram muitos os residentes que viveram directamente essa mesma crise. Muitos enfrentaram e enfrentam dificuldade nunca antes imagináveis. A necessidade de ajuda, a necessidade de alimentos é uma realidade e muitos residentes principalmente mais vulneráveis como indocumentados e idosos.
A nossa comunidade soube reagir a essa realidade e depois de um ano que começou a decorrer em ritmo normal, em Janeiro realizaram-se mesmo os tradicionais eventos como as rusgas do Sport Clube Português, a verdade é que Fevereiro chegou com mais e mais apreensão e as notícias da China, cedo começaram a fazer parte do nosso dia a dia. Um dia a dia que se viria a revelar penoso.
Em Março chegaram ainda boas notícias, os livros em Português passaram a estar disponíveis nas escolas públicas de Newark, para as crianças, muitas delas bilingues terem contacto com a língua dos seus progenitores. Mas chegou também o primeiro caso de Covid-19 a Newark, e com ele, o despertar para uma nova realidade.
Muitos grupos folclóricos começaram a cancelar os seus eventos, a Páscoa tornou-se uma miragem, as Igrejas encerraram as suas portas.
No campo associativo, os clubes começaram a organizar eventos de solidariedade. O Newark e Benfica abriu as suas portas, a Casa do Minho também. A Casa do Ribatejo colaborou com responsáveis da cidade na confecção e distribuição de refeições. O mesmo aconteceu com a Casa de Trás-Os-Montes e Alto Douro, com o Rancho Folclórico Dança na Eira, com o Newark Beira Mar, com o Barcuense e a Casa dos Arcos. Sempre com o apoio da União dos Clubes.
A situação não passou despercebida aos líderes da cidade. Augusto Amador e Lígia de Freitas organizaram eventos. Eliana Pintor Marin, o Ironbound Soccer Club, o Salvation Army, entregaram milhares de cabazes. O condado de Essex distribuiu milhares de cabazes, a cidade de Newark milhares de refeições. Sinal de união em tempo de dificuldades. Triste de ver, mas bonito ao sentir que todos unidos remaram para ajudar, à sua maneira aqueles em necessidade.
E depois chegou Junho e o dia de Portugal… que não se realizou. E foi triste ver Newark e o Ironbound, despidos das suas maiores celebrações. Foi triste não sentir o calor de um abraço.
As crianças essas também foram prejudicadas e muito. Primeiro até gostaram de estudar de casa, depois mais uma triste realidade. Enclausuradas, presas ao seu próprio espaço, os encarregados de educação num autêntico colete de forças, com menos dinheiro e expostos a novas realidades.
Chegou o verão e as coisas acalmaram, mas não houve piqueniques, não houve arraiais.
Chegou o Outono, sem folhas e sem São Martinho. Depois o Inverno… o dia de Acção de Graças diferente, o Natal uma miragem, sem família. A passagem de Ano sem festas.
Pelo meio, as vacinas. Que triste este ano.