Senado terá maioria democrata
No meio do caos gerado pelo ataque ao Capitólio feito por partidários de Donald Trump em Washington, o Partido Democrata arrebatou do Republicano o controle do Senado dos Estados Unidos com a vitória dos dois candidatos progressistas na eleição desta terça-feira na Geórgia, que disputava no segundo turno as duas cadeiras atribuídas a este Estado. O resultado abre caminho para o mandato do presidente eleito, Joe Biden, que, pelo menos nos próximos dois anos, governará com as duas Câmaras legislativas a seu favor, a dos Representantes e o Senado. Com a vitória do reverendo Raphael Warnock e do documentarista Jon Ossoff, o Senado será composto por 50 republicanos e 50 democratas (dois deles independentes). A próxima vice- presidenta, Kamala Harris, exercerá o voto decisivo nos casos de empate.
A Geórgia estava no olho do furacão depois de ter eleito, em Novembro, o primeiro presidente democrata em 28 anos, tornando-se assim o único oásis azul no chamado “cinturão bíblico” do sul, em uma votação apertada que Trump tentou desacreditar sem sucesso. Nesta terça- feira, o sul do Estado voltou a fazer história e elegeu o primeiro senador democrata desde 1996 no segundo turno depois de um primeiro empate em 3 de Novembro.
Embora as pesquisas indicassem uma ligeira vantagem para Ossoff sobre Perdue, a sua vitória foi uma surpresa ainda maior.
O controle no Senado deixaria à futura administração democrata mais margem de manobra para a aprovação de legislação em questões centrais como saúde e meio ambiente, que têm geralmente forte oposição dos republicanos. Para além disso, o controle do Senado será decisivo na aprovação dos políticos e dos cargos judiciais designados por Joe Biden.