Sindicato da polícia diz que há abuso de poder em Paredes
O Sindicato Nacional das Polícias Municipais (SNPM) acusa a Câmara de Paredes, distrito do Porto, de “abuso de poder”, por não respeitar as escalas e as folgas, mas o município nega as acusações e fala em aproveitamento político.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do SNPM diz ter recebido várias denúncias e queixas de polícias municipais de Paredes a dar conta de que, nas últimas semanas, as escalas de serviço mensais e as folgas “são alteradas e viciadas de um momento para o outro, com claro prejuízo da vida pessoal e privada” dos profissionais.
Pedro Oliveira diz que estes “abusos e desrespeito” pelos direitos laborais acontecem devido à intervenção direta do presidente da câmara, Alexandre Almeida (PS), que, segundo o dirigente sindical, “quer aceder a todas as solicitações e pedidos, para ficar bem visto politicamente à custa” dos elementos da Polícia Municipal (PM) local que, actualmente, tem 17 efetivos.
“Estes profissionais têm direito a ter férias, a ter vida pessoal e privada, a ter a sua vida organizada e a gozar as folgas nos dias certos. Este tipo de abusos e de violação dos direitos laborais estão a acontecer constantemente e já estão a ultrapassar o limite do razoável”, sublinha o presidente do Sindicato Nacional das Polícias Municipais.
Em resposta escrita enviada hoje à Lusa, a Câmara de Paredes refuta todas as acusações, reiterando o que já havia dito na reunião do executivo camarário, realizada em 08 de agosto.
“Esta situação foi claramente desmentida pelo coordenador da PM, nessa mesa reunião de câmara. Quem faz as escalas da Polícia Municipal é o coordenador da Polícia Municipal, que volta a reafirmar que as mesmas respeitam os dias de descanso semanal e o horário das 35 horas de trabalho semanal de cada elemento da Polícia Municipal e não tem nenhuma queixa por parte dos polícias municipais”.
A autarquia lamenta ainda que o SNPM “não tenha contactado o muni- cípio com esta situação e o faça 1o à comunicação social”.
“O que nos leva a crer que esta situação tem um aproveitamento político, através de uma situação claramente inventada. Estamos disponíveis a receber o referido sindicato para pôr um ponto final a acusações graves que não são verdadeiras”.