SPORTING: Varandas explica venda de Matheus Nunes

O presidente do Sporting, Frederico Varandas, revelou terça-feira que o clube vendeu o futebolista Matheus Nunes devido ao ‘fair-play’ financeiro e recusou reconfigurar objectivos, mas admitiu que não exige o título de campeão ao grupo de trabalho.

Em entrevista à RTP3, o líder ‘leonino’ lembrou que o Sporting, antes da pandemia, “tinha uma média anual de vendas de 83 milhões de euros” e frisou que a necessidade de vender “não tem a ver com o projecto do Sporting”, mas que se trata do “projecto do futebol português”.

“Estas vendas têm de ser feitas porque o ‘fair-play’ financeiro assim o obriga. Porque, para fazermos um investimento de ‘x’, temos de fazer receitas de ‘y’. Se queremos ter um bocadinho mais de investimento, vamos ter de fazer receitas extraordinárias”, justificou Frederico Varandas.

Depois, confrontado com a insatisfação revelada por Ruben Amorim pela venda do internacional português, Varandas admitiu que “se o treinador ficasse satisfeito por perder Matheus Nunes era louco”, mas acabou por assumir que não exige o título de campeão nacional ao técnico ou ao actual grupo de trabalho.

“Na última época antes de sermos campeões perdemos Bruno Fernandes, Acuña, Wendel e Mathieu. E fomos campeões. Agora, se me pergunta se o Sporting tem a responsabilidade de ser campeão, não tem. Quando se vê o investimento que outros fazem, não tem. Exijo isso ao meu treinador e ao grupo? Não”, sentenciou Frederico Varandas.

Hoje pagaria 15 milhões por Rúben Amorim

O presidente do Sporting confirmou a intenção de renovar contrato com Rúben Amorim e disse que pagaria hoje 15 milhões de euros, mais cinco do que pagou em 2020 para o ‘resgatar’ ao Sporting de Braga.

“O Sporting tem o privilégio de ter um dos melhores treinadores do mundo. Ruben Amorim tem contrato até 2024 e sabe o que pretendemos depois disso. Foi fulcral no crescimento e recuperação do clube. Se há três anos paguei 10 milhões de euros, hoje pagaria 15”, atirou Frederico Varandas, em entrevista à RTP3.

O presidente dos ‘leões’ frisou, de resto, que mantém uma “excelente relação profissional e pessoal” com Rúben Amorim e que ambos estão “perfeitamente alinhados no projecto desportivo do Sporting”.

Perante a insistência sobre a continuidade do treinador para além do termo do seu actual contrato, em 2024, repetiu que o técnico já sabe o que o clube pretende “para além de 2024” e assumiu a vontade de prolongar o vínculo.

“É um assunto em cima da mesa”, assumiu Frederico Varandas.

No entanto, o dirigente máximo dos ‘leões’ admitiu que acabará por perder “um dos melhores treinadores do mundo”, mas não se mostrou incomodado com as notícias que apontam Amorim a clubes das cinco principais ligas europeias sempre que abre uma ‘vaga’ naqueles campeonatos.

Regresso de Ronaldo nunca foi hipótese

Por último, Frederico Varandas disse que o regresso de Cristiano Ronaldo ao clube de Alvalade nunca foi hipótese e disse ainda não entender o critério das convocatórias da selecção portuguesa de futebol.

Questionado sobre se o regresso do capitão da selecção ao clube foi ‘vetado’ pelo treinador, Rúben Amorim, o líder dos ‘leões’ recusou “alimentar o ruído e a novela” em torno de ‘CR7’ e foi taxativo na resposta.

“Claro que não! Não só não vetou, como nunca sequer foi assunto, nunca esteve em cima da mesa. Até hoje, nunca existiu essa conversa entre mim, Hugo Viana e Ruben Amorim. Sei que isso vende muito, mas não existiu nada”, ripostou Frederico Varandas.

O presidente ‘leonino’, no entanto, considerou que o capitão da selecção é “um dos melhores jogadores da história do futebol mundial” e que “será sempre a bandeira da formação do Sporting”, mas recusou abordar o assunto “por respeito ao Ronaldo, ao United e à seleção nacional”, onde “precisa de estar bem”.