TAÇA DA LIGA: Sporting vence Benfica após reviravolta e conquista o título pela quarta vez
O Sporting revalidou sábado a Taça da Liga de futebol, ao vencer na final o Benfica por 2-1, em Leiria, num jogo em que até esteve a perder, dando a volta ao marcador com golos de Gonçalo Inácio e Sarabia.
Numa final em que se sentiu a pressão sobre as duas equipas – o Benfica há dois anos e meio que não conquista títulos; o Sporting atravessa a pior fase com Rúben Amorim ao comando -, os ‘encarnados’ adiantaram-se por Everton, aos 23 minutos, mas os ‘leões’ materializaram a superioridade no segundo tempo, com golos de Inácio, aos 49, e de Sarabia, aos 78.
O triunfo de sábado assegura a quarta Taça da Liga aos ‘verde e brancos’, que, pela primeira vez, venceram o Benfica na competição.
Nas últimas cinco épocas, os ‘leões’ conquistaram o troféu quatro vezes.
Com Feddal, Matheus Nunes e Paulinho de volta à titularidade, o Sporting entrou mais atrevido e pressionante, aproveitando o espaço dado pelo Benfica para lançar saídas ‘venenosas’ de Sarabia e Matheus Reis, na esquerda, e de Pedro Gonçalves e Ricardo Esgaio, na direita.
Surpreendido com a fluidez da linha média dos ‘leões’ e ainda recordado do desaire de Dezembro para a Liga, o Benfica fechou-se nos primeiros 10 minutos e tomou cautelas, concentrando esforços na defesa.
A assiduidade do Sporting nos extremos era promissora, mas faltava consequência a essas incursões, desperdiçadas no último passe ou em remates inofensivos.
Os ‘encarnados’ demoraram a aparecer no jogo, mas, quando o fizeram, deixaram marca: o Sporting distendeu a pressão no meio campo e, aos 23 minutos, Morato conduziu a bola, lançou Grimaldo na esquerda e o lateral serviu Everton, que, na área dos ‘leões’, tirou Neto da frente e ‘disparou’ de pé esquerdo para o 1-0.
Rúben Amorim e o futuro: ‘não dou nada por garantido’
No final do encontro, Rúben Amorim, treinador do Sporting, afirmou: “Hoje foi um dia muito importante. É realmente importante ganhar títulos, para solidificar aquilo que estamos a fazer. Obviamente precisamos de títulos, de vitórias, de lançar gente que sente o que é o Sporting, para levar este projecto para a frente.”
“Quero realçar a forma como a equipa jogou, vindo de duas derrotas que nos deixaram a seis pontos do FC Porto. Nestes momentos sentimos como é frágil a nossa envolvência. Tenho plena noção que isto muda muito rápido. Este pequeno momento que tivemos [duas derrotas na Liga] foi difícil, para toda a gente do plantel, mas demos uma resposta”, prosseguiu.
“Hoje penso que estivemos sempre por cima do jogo, quer a controlar sem bola, a pressionar, quer com bola, fomos superiores ao Benfica. Quero realçar a identidade da equipa: foi muito agressiva, muito pressionante e demos a volta ao marcador, a meu ver com toda a naturalidade”, disse ainda.
E concluiu: “Não dou nada como garantido, sei que isto muda muito rápido. Sei que houve aqui um treinador sobre o qual se disse ‘Paulo Bento forever’. Nós hoje ganhámos, amanhã podemos não ganhar. Não nos podemos é desviar do que estamos a fazer. Tenho o prazo de validade das vitórias e das derrotas. Se perder serei um treinador como os outros e posso perder o meu lugar. Temos é de pensar no Belenenses SAD e no próximo título.”
Nélson Veríssimo queixou-se da escassez de golos
O treinador do Benfica, Nélson Veríssimo, afirmou no final do encontro: “Faltou fazer mais golos do que o Sporting. Foi um jogo competitivo, aberto, como estávamos à espera.”
“O Sporting entrou melhor no jogo, mas com o decorrer da primeira parte começámos a ter nós o controlo. Foi um jogo dividido, embora, aqui e ali, houvesse algum ‘frisson’ como o Sporting conseguia desenvolver os seus processos ofensivos”, prosseguiu.
“Chegámos com mérito à vantagem e, naturalmente, a equipa ganhou confiança. Sofremos o golo num momento crítico, mas a equipa não vacilou, não abanou, continuou a querer ter a bola, mesmo sem o critério desejado no último terço”, disse ainda.
Chegámos a zonas de finalização, mas, depois, temos dificuldades. Sofremos o segundo golo numa jogada de transição e, depois, tivemos de arriscar. A equipa, com compromisso e atitude, chegou com perigo à baliza do Sporting, mas o que conta é que não ganhámos”, concluiu.