‘THE FANTASTIC WORLD OF THE PORTUGUESE SARDINE’ JÁ ILUMINA TIMES SQUARE

Por HENRIQUE MANO | Nova Iorque

A primeira loja no estrangeiro do grupo português ‘O Valor do Tempo’ tem abertura prevista para “dia 19 ou 20 da próxima semana” em Nova Iorque, na zona de Times Square – adianta o dinâmico (e visionário) empresário Antonio Quaresma ao jornal LUSO-AMERICANO. O espaço comercial, no número 1592, tem montra tanto para a movimentada Broadway, como para a 48.ª Rua.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O empresário Antonio Quaresma, CEO do grupo ‘O Valor do Tempo’, em frente à 1.ª loja do grupo no estrangeiro

O conhecido grupo português, que aposta na manutenção da memória do País e das suas tradições, mantém 46 lojas em Portugal, de norte a sul do território, e chega assim pela primeira vez além fronteiras.

A loja dos EUA ficou com a designação ‘The Fantastic World of the Portuguese Sardine’ (‘O Fantástico Mundo da Sardinha Portuguesa’) e vai funcionar de 2.ª a domingo, das dez da manhã às dez da noite.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A loja ‘The Fantastic World of the Portuguese Sardine’ deve abrir dentro de dias em Nova Iorque

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A montra da loja em Nova Iorque

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Os artigos da loja já expostos em Nova Iorque

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O espaço comercial no turbilhão de Times Square

A equipa do grupo dá agora os últimos toques na montagem do espaço, que congrega milhares de latas de sardinhas da Comur (a unidade vai vender-se a $15) em prateleiras de ferro construídas em Portugal e transportadas de barco para os EUA. As latas de sardinhas são uma proposta de souvenir com o ano inscrito e acontecimentos da História marcantes da data (a colecção abarca de 1916 ao ano em curso).

O projecto de expansão do grupo ‘O Valor do Tempo’ para Nova Iorque ronda os 5 milhões de euros, revela Antonio Quaresma, “da tomada de decisão até à abertura”.

“Achamos que, dentro de pouco tempo, queremos ter representação em todos os estados”, acrescenta Quaresma. “100 ou 200 lojas de uma forma rápida, é possível de acontecer e, quem sabe se, em 2024, o projecto já não esteja a 50% daquilo que pretendemos quase que a 10 anos”.

❝ACHAMOS QUE, DENTRO DE POUCO TEMPO, QUEREMOS TER REPRESENTAÇÃO EM TODOS OS ESTADOS❞

⤻Antonio Quaresma, CEO Grupo ‘O Valor do Tempo’

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O empresário Antonio Quaresma, CEO do grupo ‘O Valor do Tempo’, em frente à 1.ª loja do grupo no estrangeiro

O empresário pretende que ‘The Fantastic World of the Portuguese Sardine’ “seja muito mais institucional e representativa de um país. Aquilo que sempre sonhámos era irmos para o sítio mais icónico do mundo, não dos EUA, mas do mundo, trazer a marca Portugal. Trazer a marca Portugal sempre agregada a um sector económico que fosse o mais transversal possível, neste caso o das pescas. O que nós queremos”, garante, “a partir de agora, é que a “Portuguese Sardine” seja representativa não só da indústria conserveira, mas dos homens ligados ao mar, dos verdadeiros pescadores. E a grande, grande novidade, mesmo, que lhe quero dar, é isto: existem 10 associações de pescadores em Portugal, que representam entre 3500 a 4000 pescadores. Nós vamos convidar 5 representantes de cada associação e trazê-los a Nova Iorque para verem a loja, antes da abertura oficial, para que eles venham ver o sítio onde se vai vender o produto deles para o mundo”.

O empresário nota que “a forma mais simples de exportar peixe é através da conserva. Portugal, há 60 anos, chegou a exportar 600 milhões de latas para o mundo e haviam 450 fábricas; neste momento, temos 16 fábricas em Portugal e queremos congregá-las todas a enlatar para uma marca só – a ‘Portuguese Sardine’”.

❝O SEGREDO DA ECONOMIA ESTÁ NO PREMIAR AS BASES❞

⤻Antonio Quaresma, CEO Grupo ‘O Valor do Tempo’

António Quaresma, cujas lojas em Portugal recebem “mais de 5 milhões de visitantes por ano”, considera que a experiência já adquirida no País “é um belíssimo barómetro e foram 7 anos a fazer o estudo e a dizer: nós temos que ir para o pico comercial do mundo, neste caso Nova Iorque, e, neste caso, Times Square representa o máximo que pode haver em termos de um consumo mais um imediato. Foi essa a razão que nos trouxe para cá. O curioso é como trazer para os píncaros do mundo, desta azáfama toda, e fazer conjugar o pescador que vive no isolamento lá na sua faina e poder trazê-lo para o sítio mais movimentado do globo. Esta não é uma loja, esta será a embaixada dos pescadores nos píncaros do mundo, que é Times Square”.

Quaresma crê que “o segredo da economia está no premiar as bases”. E lembra que “Portugal está a produzir 37 mil toneladas de sardinhas, até há excesso. Toda a sardinha que está aqui à venda em Times Square, daqui a 5 meses, vai ser paga ao pescador ao dobro do preço que ele está a receber neste momento. É com isso que nós nos comprometemos. O sustento deste projecto está em deixar uma base sólida a quem realmente merece”.

Na sua óptica, “a sardinha portuguesa é única no mundo. E eu ou quero ter sardinha portuguesa, ou não quero, eu nunca poderei é comparar com outra. Se eu quiser ter sardinha portuguesa, vou ter de pagar por ela. Só conseguimos realmente premiar as bases, se vendermos caro. E não devemos ter medo disso. Depois disto”, nota, “ficarão dissipadas todas as dúvidas – se não for em Times Square, então não iria funcionar noutro lado”.