Trump avisado da ilegalidade de anular resultados

Na terceira sessão da comissão parlamentar que investiga o assalto ao Capitólio, foram ouvidos testemunhos em como o anterior Presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou o vice-Presidente para anular os resultados das eleições de 2020 apesar de ter sido informado da ilegalidade dessa acção.

Ainda este ano, Trump disse num comunicado que Mike Pence “tinha o direito de mudar o resultado” das eleições presidenciais. Marc Short, que era o chefe de gabinete de Pence, disse num testemunho gravado que o antigo vice-Presidente disse “muitas vezes” a Trump que não tinha autoridade de parar a contagem dos votos, escreveu a Reuters. E Gregory Jacob afirmou que o principal autor dessa teoria, o advogado John Eastman, admitiu dois dias antes da invasão ao Capitólio que o plano de suspender o procedimento violava a lei.

Segundo o jornal ‘The New York Times’, Eastman, que insistiu que o vice-Presidente podia rejeitar os resultados do Colégio Eleitoral, sugeriu depois dos acontecimentos no Capitólio que devia ser incluído numa lista para perdão presidencial. A deputada Liz Cheney descreveu que as tentativas de Trump em continuar no poder foram “ilegais e inconstitucionais”. Membros do comité disseram que Trump manteve a pressão sobre Pence para que este anulasse os resultados das eleições mesmo depois de saber que apoiantes violentos estavam a ameaçar o Capitólio.

“Mike Pence disse não. Ele resistiu à pressão. Ele sabia que era ilegal, sabia que era errado”, disse Thompson, um congressista Democrata do Mississipi, citado pela BBC. E acrescentou que “essa coragem o pôs em tremendo perigo.

Pence encontrava-se no Congresso quando os invasores entraram no edifício. Enquanto a invasão decorria, Trump publicou no Twitter que Pence não tinha a “coragem” para parar a contagem dos votos. “Parecia que estava a pôr gasolina no fogo, ao fazer aquela publicação no Twitter”, descreveu Sarah Matthews, funcionária da Casa Branca.

Nos relatos ouvidos foi ainda dito que uma testemunha contou ao FBI que os “Proud Boys” teriam morto Pence se tivessem conseguido chegar perto do vice-Presidente.