Trump considerado culpado
Donald Trump foi esta quinta-feira considerado culpado em todas as 34 acusações que foi presente a tribunal.
O Ministério Público de Nova Iorque alegou que o 45.o presidente dos Estados Unidos (entre 2017 e 2021) era culpado de falsificar os documentos contabilístico do seu grupo de empresas (Trump Organization), para ocultar um pagamento à actriz de filmes adultos Stormy Daniels, para evitar um escândalo sexual, no final da campanha presidencial de 2016.
Em reacção ao veredicto do júri, à saída do tribunal onde se encontrava, Trump repetiu as acusações que tem feito contra o juiz e contra o processo, defendendo que “veredicto real” vai ser dado pelos eleitores nas eleições de Novembro.
Por outro lado, a campanha de Joe Biden reagiu, dizendo que “ninguém está acima da lei” e repetindo o argumento de que o boletim de voto vai ser a derradeira decisão.
Um porta-voz da Casa Branca sublinhou o respeito pela lei e garantiu que a administração do actual presidente não iria fazer mais nenhum comentário sobre este tema. O advogado de Donald Trump já anunciou que tenciona recorrer “o mais rápido possível” da condenação, já que este é um direito garantido ao mesmo. “Em Nova Iorque, o procedimento diz: conhece-se a pena, depois recorremos”, disse Todd Blanch à estação televisiva CNN.
O juiz decidiu que a leitura da sentença será a 11 de Julho, dias antes de os republicanos escolherem formalmente Donald Trump como candidato presidencial. A convenção republicana terá lugar no Milwaukee, entre 15 e 18 de Julho.
Trump passa agora a ser o primeiro antigo presidente norte-americano com cadastro.
O seu julgamento durou seis semanas, sendo dominado por histórias de sexo, dinheiro e política; e o veredicto que poderá alterar o rumo das presidenciais.
Durante as sessões do julgamento, Stormy Daniels detalhou a relação sexual que teve com o ex- presidente. Trump negou sempre ter tido qualquer tipo de contacto sexual com a mesma e apresentou-se como vítima de uma cabala política, tendo recusado fazer qualquer depoimento durante o julgamento.
Michael Cohen, ex-advogado pessoal de Trump, garantiu em tribunal que o mesmo o instruiu a pagar 130 mil dólares à actriz em troca do seu silêncio.
Os procuradores insistiram que através do pagamento – que compararam a uma despesa oculta da campanha – o ex-presidente corrompeu a eleição de 2016.
Contudo, o júri decidiu não sobre a existência deste caso sexual, mas sobre se Trump era culpado das 34 falsificações para ocultar o reembolso do pagamento a Michael Cohen ao longo de 2017.
Esse crime é uma violação da lei eleitoral do estado de Nova Iorque, que proíbe a promoção de uma candidatura por meios ilegais.
Trump chegou mesmo a dizer que o juiz que presidiu o julgamento era “corrupto” e defendeu que “este processo nunca deveria ter acontecido”, sendo uma manobra política orquestrada pela Casa Branca e o seu rival Joe Biden.