Trump: Os altos e baixos do fim-de-semana em que foi alvejado e confirmado como candidato republicano

O fim-de-semana de Donald Trump ficou marcado pelo susto: o ex-presidente foi levado do palco do seu comício em em Butler, na Pensilvânia, após terem sido disparados tiros na sua direcção.

Ferido numa orelha, o republicano teve ainda tempo de levantar o punho para a multidão, antes de ser retirado do palco pelos agentes.

O tiroteio está a ser investigado como uma tentativa de assassinato, mas as informações sobre o sucedido ainda são escassas.

Sabe-se que os disparos atingiram uma pessoa que assistia ao comício, que acabou por morrer no local. Em conferência de imprensa, o governador da Pensilvânia – Josh Shapiro – confirmou que se tratava e Corey Comperatore, um bombeiro de 50 anos que perdeu a vida protegendo a sua família dos tiros.

Momentos após o ataque foi confirmado pelos Serviços Secretos norte-americanos que se encontravam também dois feridos em estado grave.

O autor, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi abatido pelos Serviços Secretos. Disparou a partir de um telhado de um edifício perto do palco onde estava Trump.

Era um forte apoiante do mesmo e “estava entusiasmado por estar com ele na comunidade”, segundo revelou o governador da Pensilvânia.

O jovem utilizou uma espingarda semi-automática AR-15, comprada legalmente pelo seu pai. Outras fontes policiais locais indicaram que foram encontrados dois engenhos explosivos no veículo utilizado pelo suspeito e na sua casa, que foi revistada, em Bethel Park, Pensilvânia.

Ainda são desconhecidas as razões que o levaram a cometer o crime.

Foram quase imediatos os pronunciamentos de políticos de todo o mundo sobre o acontecido.

Desde Giorgia Meloni, Emmanuel Macron, Pedro Sánchez e Olaf Scholz, destaca-se o pronunciamento do português Durão Barroso (antigo presidente da Comissão Europeia), que apesar de condenar o acto de violência, considerou uma “ironia muito trágica” Trump ter estado “a centímetros de morrer” com um tiro de uma arma, quando este é um defensor ávido da liberação do porte de armas.

Logo após o ataque, e antes de ser identificado o autor, foram muitas as teorias das conspiração que surgiram e as tentativas de ligar Joe Biden ao sucedido.

Dias antes do ataque o actual presidente teria dito, numa conversa com doadores durante uma chamada privada, que queria “colocar Donald Trump no alvo”.

Biden já veio reconhecer, através de uma entrevista à estação NBC, que cometeu um erro ao utilizar tais palavras, explicando ainda que pretendia focar-se nas palavras do republicano.

“Como é que se fala da ameaça real à democracia, quando um presidente diz coisas como ele diz?”, acrescentou.

O actual chefe de Estado garante que não é ele que se envolve “nesta retórica”, referindo-se aos comentários anteriores de Trump sobre um “banho de sangue” caso o republicano perdesse para Biden em Novembro.

Já no Milwaukee, no Wisconsin, iniciou-se esta segunda-feira a Convenção Nacional Republicana. A presença de Donald Trump era aguardada por muitos… agora ainda mais após o episódio do passado sábado.

Neste evento, para além de se ter oficializado como candidato republicano às presidenciais norte-americanas, foi ainda apresentado quem seria o seu candidato proposto ao cargo de vice-presidente, pondo assim fim a uma incógnita que durava há meses.

O senador do Ohio, J. D. Vance foi confirmado através de um anúncio feito por Trump na sua rede social Truth Social.

O polémico senador republicano, de 39 anos, nem sempre foi fã de Donald Trump.

Apesar de ser um dos ferrenhos defensores da agenda “Make America Great Again”, particularmente em questões como o comércio, a política externa e a imigração, Vance chegou a criticar fortemente Trump, chegando a chamá-lo de “idiota” e comparando-o com Hitler.

É agora acusado de oportunismo após a sua mudança de opinião.