Moradores contemplam o que restou das suas residências

UCRÂNIA: Conflito cada vez mais sangrento e mortífero a cada dia que passa

O ruído dos ataques russos ouvia-se ontem, terça-feira, cada vez mais na capital ucraniana. 

A este ruído junta-se o barulho das sirenes que soaram novamente em Kiev, onde foi relatado um ataque na periferia da cidade e imagens de satélite revelam a presença de uma caravana militar russa com aproximadamente 65 Kms a noroeste de Kiev.

Em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, as famílias procuravam abrigos devido aos fortes bombardeamentos. 

Vídeos entretanto divulgados mostram edifícios residenciais foram alvo de ataque e, segundo as autoridades ucranianas, temem-se dezenas de mortes.

As autoridades russas dizem que não pretendem atingir civis, mas o procurador do Tribunal Penal Internacional quer abrir uma investigação sobre possíveis crimes de guerra.

O exército russo tem enfrentado desde o início da ofensiva uma forte resistência ucraniana, e cada vez mais países condenam a intervenção militar de Vladimir Putin e sancionam severamente a Rússia, numa estratégia de isolamento do país.

A Rússia lançou na quinta-feira da semana passada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

660 MIL REFUGIADOS

A invasão da Ucrânia pela Rússia já causou uma vaga de mais de 660.000 refugiados, indicou ontem o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), alertando que os números estão a aumentar de forma “exponencial”.

As crianças são, em todas as guerras, as principais vítimas

“Temos agora mais de 660.000 refugiados que fugiram da Ucrânia para países vizinhos nos últimos seis dias”, referiu a porta-voz do ACNUR, Shabia Mantoo, num encontro com a imprensa em Genebra.

AMEAÇA NUCLEAR MANTÉM-SE

“Estamos sempre a monitorizar e vigiar o mais de perto possível” e “não vimos nada de concreto [na postura nuclear mantida pela Rússia] como consequência da sua decisão. Pelo menos ainda não”, disse um alto funcionário do Pentágono aos jornalistas.

A mesma fonte assegurou ainda que, nesta fase, os militares bielorrussos não parecem ter entrado na Ucrânia como reforço das forças russas.

“Não vimos qualquer indicação de que os soldados bielorrussos tenham sido colocados em ordem de batalha para entrar na Ucrânia e não há indicação de que eles já entraram”, disse.